Em mais uma parceria com a PUC-Rio, a Pallas Editora lança o segundo volume do livro "Pensando as Favelas Cariocas". A ideia da obra é seguir discutindo a respeito da produção de significados sobre as favelas e analisar como os seus resultados impactam nos espaços em si e no cotidiano dos seus moradores. O volume 2 é independente do anterior mas, segundo seus organizadores, ambos complementam pela gama de assuntos abordados.
"Pensando as Favelas Cariocas: Memórias e Outras Abordagens Teóricas - volume II" costura 12 textos, escritos em pares ou individualmente por 18 autores que buscam compreender a favela a partir de um olhar historiográfico, sem que isso signifique limitar esse olhar apenas aos historiadores. Os organizadores Rafael Soares Gonçalves, Mario Brum e Mauro Amoroso, também autores, insistem nessa abordagem em suas atividades de pesquisa e ensino, além do diálogo com colegas pesquisadores cujo foco esteja voltado às questões das favelas.
"Os artigos apresentados buscaram, principalmente, pensar o convívio dialógico das favelas com a sociedade, no qual ela afeta ao mesmo tempo que é afetada, que a produção do conhecimento sobre ela, não vinda apenas das universidades e institutos de pesquisa, influencia e é influenciada pela concepção e pela execução de políticas públicas e projetos de intervenção", afirma o trio, na apresentação da obra.
Os artigos reunidos neste livro se dividem em dois grupos. A primeira metade coloca em debate a memória e a produção de acervos sobre as favelas através de experiências que demonstram um empenho de intervir no presente com um projeto para o futuro das favelas por meio de suas memórias e da sistematização de dados produzidos sobre elas. Seria uma das alternativas possíveis para questionar a ligação dos moradores a uma imagem de criminalidade e ameaça e também um meio de construir pontes para o direito desses cidadãos à própria cidade.
Já a segunda metade busca analisar as favelas priorizando uma linha teórica particular para compreender essa realidade ou analisando os desdobramentos de questões como o turismo em favelas, a relação entre raça e segregação, a improvisação urbanística e o crescimento de religiões que, nas últimas três décadas, vem ditando a fé do seu povo. Em todo o livro é a perspectiva histórica, direta ou indiretamente, que se impõe como instrumento chave para se refletir profundamente sobre as favelas.