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Comida baiana sem igual no Leme: Quando todos os pratos são quindins de Iaiá

Acarajés crocantes acompanhados de camarão defumado vatapá e saladinha | Foto: Divulgação

Por Cláudia Chaves

Especial para o Correio da Manhã

Para fazer um voo sobre a comida brasileira, temos que falar da culinária baiana. A cozinha, cantada em prosa e verso, sobretudo os pratos típicos do Recôncavo, que preserva a ancestralidade africana, mas incorpora o mar com as cores mais lindas do Brasil.

E não falta a nossa farinha, os pratos de tapioca, todos herdeiros do aipim, macaxeira, seja o nome que for, o nosso orgulho nacional, posto que do tubérculo que aparece da entrada ao biscoitinho do café que, podemos dizer, mas isso só no Brasil.

Fomos, no enorme calor, fazendo jus ao ambiente ao Yaya Comidaria no Leme. Um térreo de um exemplar da maravilhosa arquitetura do tempo da capital da República, em um ambiente com mesas de madeira, barro, palha e uma miríade de clientes, turistas de todos jeitos, amigos conversando, artistas como Nando Reis, eu e Monsieur Le Roi. De prima, Le Roi pediu o vinho da casa. Ele, grande especialista, aprovou o branco com frescor e que veio em um lindo pichon (a garrafinha própria de vinho). partimos só para dois pratos, para se comer devagar, naquele ritmo baiano de pouquinho em pouquinho. Os acarajés são feitos em um centro de Caxias, como manda o preceito. O feijão batido, que forma a massa cremosa e fritos na hora do dendê. É do senhor do Bonfim descer a sua ladeira. Crocantes, quentes, deliciosos acompanhados de camarão defumado, nada salgado, um vatapa e saladinha, como os baianos chamam o vinagrete.

Depois veio um arrumadão de picanha de sol. A carne de sol, curada no ponto de maciez e sal, cortada em lascas, frita e acebolada. E os acompanhantes daquelas que só a Andressa Cabral, a chefe é capaz de criar. Pirão de queijo, um purê de aipim de se comer puro, salada de fradinho, com farofa de farinha d'água, aquela que faz croc croc na boca. O atendimento de Luciene Adão que, gentilíssima, foi nos servindo, explicando, secundada por Joy que nào deixava faltar o vinho, trouxe a cerveja véu de noiva como se diz na Bahia.

Um almoço absolutamente massa - o termo que usa em Salvador para tudo que é bom- foi finalizado com Punhetinhas com Leite Condensado -massa doce de tapioca e coco frita,envolta em canela com açúcar. Aliás, canela, ingrediente de um dos maiores romances do Brasil, aquele do Jorge Amado que virou filme, novela, tudo - estava presente no drinque de maracujá, cachaça, limão, veio dominando. Le Roi afirmou que só mexerá o café com a canela desse jeito. Aliás, dia 23 de setembro lá vai ter São Cosme, a festa dos Erês, nossas crianças. Depois de tantos sabores, atendimento supimpa, ficamos a pensar que, para ficar mais perfeito ainda, só faltou a rede.

SERVIÇO

YAYA COMIDARIA

Rua Gustavo Sampaio, 361 - Leme. Tel e reservas: (21) 3496-7754

De terça a domingo, a partir das 12h