Adiós Muchachos...
Não, não é nenhuma recaída de Gardel, nem - muito menos - qualquer agouro contra a equipe de los hermanos no Catar. É apenas a pré-despedida de muitos companheiros de anos e anos ao meu lado, que irão embora nos próximos três a seis anos. E terei que conviver com os seus substitutos.
Segue a relação dos que partem, à esquerda e a dos virão, à direita.
Chaves de metal >>> comando de voz
Telefones públicos >>> celulares individuais
TV a cabo >>> plataformas de streaming
Pedal de embreagem >>> troca de marcha automatizada
Controles remotos >>> comando de voz
Senhas >>> reconhecimento facial ou pela íris
Escrever à mão >>> teclados, digitação oral
Quadro negro >>> telas digitais
Shopping Centers só de vendas >>> compras online, "malls" de showrooms e entretenimento
Cartões de crédito >>> PIX digitais, aproximação de QR codes
Cabos de carregador >>> dispositivo de apoios
Assinaturas "físicas">>> DocSigns, ZapSigns
Funcionários(as) de fast-food >>> touch-screen
Calculadoras >>> IA por voz
Bom, citei "só" esses 15 parceiros, já facilitadores do cotidiano, mas tem mais, muitos mais. E o atual "mobiliário urbano" também está de passaporte carimbado.
Por exemplo.
Estátuas fixas passarão a ser estátuas móveis em cidades inteligentes;
Restaurantes com CEPs fixos passarão a transitar sobre rodas e poderão mudar de endereço;
Residências estáveis poderão se tornar residências móveis (já se pratica na Europa e EUA, que eu saiba) tanto a bordo de barcos-moradias, quanto em um modelo camping-confort em casas pré-fabricadas, com banheiros químicos, varandas retráteis, etc, estacionadas em um lugar de praia, no verão - ou longas férias - e em outros lugares, na sequência;
Capelas sobre rodas poderão ser direcionadas para grandes espaços em dias de procissão e vigília a seus santos padroeiros;
Enfim, a "insegurança" do urbanismo do efêmero que no início desestabiliza mas - como toda mudança - pode ser mostrar um vetor de vitalidade.
Haja inteligência emocional...
*Colunista de vinhos e embaixador do turismo no Rio
