Por: ROGERIO DARDEAU - [email protected]

Nasce a IP Vale do São Francisco, a nova região demarcada de vinhos finos do Brasil

Vinhedos no Vale do São Francisco | Foto: Divulgação

Quando vamos comprar um vinho europeu, estamos acostumados a ver rótulos com as siglas AOC, DOC, DOCG ou DOP. São as chamadas Indicações Geográficas (IG). Significa que o vinho está em conformidade com as normas do lugar onde é elaborado.

Tem origem numa Appellation d'Origine Contrôllée, Denominação de Origem

Controlada, Controlada e Garantida ou, sob dispositivo da União Europeia, Denominação de Origem Protegida. Uma IG é um importante instrumento de referência para os consumidores, pois identifica as origens com clareza, inclusive uvas e procedimentos de elaboração adotados.

No Brasil, somente a partir de 1996, tivemos legislação sobre o assunto. Até o último dia 31/10, tínhamos seis Indicações de Procedência (IP) e, num nível acima, uma Denominação de Origem (DO), para os vinhos finos. Na quarta-feira passada, dia 2, enquanto reverenciávamos pessoas queridas, que já estão num outro nível de vínculo, como disse Caetano, na inesquecível "Oração ao Tempo", amenizei os sentimentos com o nascer, ocorrido no dia anterior, da Indicação de Procedência de Vinhos Finos do Vale do São Francisco.

Trata-se de conquista do esforço e perseverança de inúmeros produtores de uvas e vinhosfinos de Petrolina, Lagoa Grande, Sta. Maria da Boa Vista, Casa Nova e Curaçá, consolidando uma região única, rara, no Paralelo Sul. Há anos, pessoas valentes vêm aprendendo com o clima e o solo. Hoje, Terranova (Grupo Miolo), VSB (José Figueiredo - Figa), Tropical (Botticelli), Mandacaru (família Braz), Bianchetti (Izanete), Terroir São Francisco (Jorge Garziera) e Santa Maria (Rio Sol - Global Wines), com suas equipes preciosas, elaboram vinhos que

nos orgulham e alegram. Deixo aqui um brinde à memória de Mamoru Yamamoto, protagonista dessa nova realidade, e os votos de muita saúde a todos. Saúde!