Por: Carlos Monteiro (Textos e fotos)

FOTOCRÔNICA | Tudo é eterno

FotoCrônica 3/11/2023 | Foto: Carlos Monteiro

Tantos artistas anônimos ou famosos depositaram ali suas obras, na última morada do corpo terreno. Alguns pensarão que existe morbidez nestes campos-santos, eu colocarei que, na verdade são museus de arte a céu aberto. Também não é mórbido homenagear antepassados, lembra-los de forma carinhosa por meio de flores, orações e rezas.

Quando chega, "a indesejada das gentes", como escreveu Bandeira, muitas vezes é caminho para o cemitério, palavra grega que, explica a etimologia, significa: "lugar para repouso", "lugar para dormir" ou "dormitório"; soa estranho, mas o significado é exatamente este, uma espécie de camarinha para o tal descanso eterno que tanto assombra os homens.

No dia dois de novembro é celebrado o Dia dos Fiéis Defuntos, Dia dos Mortos ou, como é mais conhecido, o Dia de Finados que, na etimologia da palavra, quer dizer algo que findou. A origem da data remete ao século II, quando alguns cristãos rezavam pelos falecidos e visitavam seus túmulos oferecendo flores. Já no século V era costumeiro que dedicassem um dia por ano a preces e orações àqueles que partiram, principalmente os que não tivessem familiares que pudessem fazê-lo.

No século VIII, um decreto do abade Odílio do mosteiro beneditino de Cluny na França - o maior deles na Idade Média - determinou que os monges, sob sua jurisdição, lembrassem o Dia dos Mortos em dois de novembro. Quatro séculos depois, o papa, Inocêncio VII, adotou a data como o Dia de Finados para a Igreja Católica. A data foi escolhida por ser imediatamente posterior ao Dia de Todos os Santos.

A morte é "comemorada" de várias maneiras pelo mundo e não é exclusividade do catolicismo. Quase todas as religiões contam com um dia específico dedicado à memória dos mortos.

Os celtas, por exemplo, por acreditarem na continuação da vida após a morte, se reuniam em suas casas, no dia primeiro de novembro, para homenagear e evocar seus antepassados.

"A morte não é nada. / Eu somente passei / para o outro lado do Caminho. / Eu sou eu, vocês são vocês. / O que eu era para vocês, /eu continuarei sendo..." Santo Agostinho 354 d.C. 430 d.C.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.