Carlos Francisco, onipresença nas telas
Projecionista de 'O Agente Secreto', ator se firma como um dos nomes mais constantes nos elencos da nova safra de filmes brasileiros
Projecionista de 'O Agente Secreto', ator se firma como um dos nomes mais constantes nos elencos da nova safra de filmes brasileiros
Nos anos 1970, as sessões do Cine São Luiz dependiam de Seu Alexandre, personagem apresentado no documentário "Retratos Fantasmas". Depois, o projecionista de Recife voltou na pele de Carlos Francisco, que em "O Agente Secreto", também de Kleber Mendonça Filho, vira uma figura paterna ao proteger o genro, personagem de Wagner Moura, dos militares.
O guardião do cinema de rua morreu em 2002, mas o ator de "Marte Um" e "Estranho Caminho", em que também vive pais, preserva o dever de transmitir histórias. "Não conheci Seu Alexandre. Sabia que ele era muito querido e simpático. Tentei construí-lo com toda a minha dignidade. Não sei explicar esse processo, mas ter isso em mente costuma dar resultado", diz Francisco, respondendo com a humildade de quem se rende a grandes mistérios. Um deles, aliás, se resolveu antes das gravações. Ao lado de Antônio, atual projecionista do Cine São Luiz, o artista fez oficinas de projeção cinematográfica. Foi como aprendeu a usar o projetor, a rebobinar filmes e a emendar rolos de película.
