Cinema brasileiro para gringo ver

Bravo Film Festival estreia competição de longas em Los Angeles com sete produções que mostram a diversidade do cinema brasileiro

Por Affonso Nunes

O nome de Wagner Moura tem sido frequentemente especulado para uma indicação ao Oscar de Melhor Ator por seu desempenho em 'O Agente Secreto', já em cartaz nos cinemas

Bravo Film Festival estreia competição de longas em Los Angeles com sete produções que mostram a diversidade do cinema brasileiro

Em alta, o cinema brasileiro ganha novo impulso no mercado estadunidense com a 17ª edição do Bravo Film Festival, que acontece de 19 a 25 deste mês em Los Angeles. Pela primeira vez em sua história, o evento - considerado a principal mostra de cinema brasileiro nos Estados Unidos - inaugura uma Competição de Longas-Metragens, consolidando-se como plataforma estratégica para a projeção internacional da nossa produção audiovisual.

A programação reunirá sete produções que demonstram a vitalidade e diversidade da nossa cinematografia recente. Entre as produções selecionadas estão desde vencedores da Berlinale até estreias de novos talentos.

"O Agente Secreto", dirigido por Kleber Mendonça Filho e estrelado por Wagner Moura, abrirá o festival já na condição de representante oficial do Brasil na corrida ao Oscar de Melhor Filme Internacional. A cerimônia de abertura terá como anfitrião Walter Salles, cineasta vencedor do Oscar com "Ainda Estou Aqui".

A competição premiará o Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atuação e incluirá Prêmio Especial de Excelência para categorias como roteiro, trilha sonora e fotografia.

"A seleção deste ano captura o coração do Brasil", declara Talize Sayegh, fundadora e diretora executiva do festival. "Por meio da visão ousada de nossos cineastas emergentes, convidamos o público de Los Angeles a experimentar a paixão, a complexidade e a imaginação que definem o cinema brasileiro."

Guillermo Gaza/Divulgação - O Último Azul

Entre os longas selecionados destacam-se "O Último Azul", de Gabriel Mascaro, reflexão sobre envelhecimento; "Papagaios", estreia de Douglas Soares como sátira sobre obsessão televisiva; "A Natureza das Coisas Invisíveis", de Rafaela Camelo, que abriu a seção Generation K Plus da Berlinale; e "Futuro Futuro", ficção científica lo-fi de Davi Pretto que conquistou o prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília.

Divulgação - Papagaios

As outras produções selecionadas são Mambembe", de Fabio Meira, uma exploração íntima e poética da arte e da conexão entre um topógrafo e uma trupe de circo itinerante; "Cais", de Safira Moreira, um documentário meditativo sobre luto, ancestralidade e identidade afro-brasileira; e "Nó", a poderosa estreia de Laís Melo sobre feminilidade e resiliência da classe trabalhadora.

Divulgação - A Natureza das Coisas Invisíveis

O diretor artístico Thiago Macêdo Correia enfatiza a importância estratégica da seleção. "Ela reúne cineastas com vozes distintas que estão redefinindo como as histórias do Brasil são contadas. Esses filmes mostram a criatividade de um país em transformação, e estamos entusiasmados em compartilhar essa energia com Los Angeles."

Divulgação - Futuro Futuro

O evento Bravo FYC (For Your Consideration), em 21 de outubro, amplia as oportunidades de projeção internacional ao destacar candidatos brasileiros para outras categorias da temporada de premiações. Com apoio do Consulado Geral do Brasil e parceria com o jornal Los Angeles Times, o encontro no Linwood Dunn Theater apresentará ainda "Amarela", de André Hayato Saito; "Alice", de Gabriel Novis; e "Apocalipse nos Trópicos", de Petra Costa.