No Festival do Rio todas as telas levam ao Brasil
Com 124 filmes, a seleção nacional da maratona cinéfila carioca prova o vigor de uma produção que, coroada com Oscar e outros prêmios no exterior, espelha a força de seu povo
Num ano em que nuestras naciones hermanas vivem um momento de esplendor nas mostras competitivas do mundo, com hits do Chile ("O Olhar Misterioso do Flamingo"), da Colômbia ("Um Poeta") e do Equador ("A Hera") já assegurados pelo Festival do Rio, a edição nº 27 da maior maratona cinéfila do país contabiliza 124 produções brasileiras. Tem vozes autorais das gerações mais distintas (de Aurélio Michiles e Murilo Salles a Milena Manfredini e Cintia Domit Bittar) no rol de títulos que concorrem ao troféu Redentor de 2025 no evento.
Até o prêmio de júri popular, que andava sumido, volta a ser aplicado a produções competidoras da Première Brasil deste ano, que tem um sortimento de joias fora de concurso também. Como não falar de "O Agente Secreto"? É o nosso ímã de Oscars, galardoado com os prêmios de Melhor Direção (para Kleber Mendonça Filho) e de Melhor Ator (para Wagner Moura) pelo júri oficial de Cannes, em maio.
Terça-feira que vem, ele terá uma gala no Odeon, às 21h30, com projeção na quarta, nesse mesmo horário, no Estação NET Botafogo 1. Há outras pepitas de nossos estados no menu nacional do evento, como é o caso do título que marca a estreia de Gloria Pires na direção de longas: "Sexa". A noite para vê-lo é a desta sexta (3), às 19h30, no Odeon, com sessão no Reserva Cultural de Niterói neste sábado, às 19h. No domingo rola vê-lo às 21h30, no Cinesystem Belas Artes. Gloria é Bárbara, que, aos 60 anos, está indignada com as injustiças do envelhecimento. Depois de seu último romance, ela abre mão do amor para ter uma boa relação com o filho, que a vê como uma idosa recatada e do lar. Apesar desse rótulo, Bárbara quer tirar as caixinhas em que a depositaram do lugar. Para isso, vai conjugar o verbo "amar".