Frames da vida brasileira no Festival de Brasília

Um dos mais tradicionais eventos cinéfilos do país comemora 60 anos com 80 produções que celebram a diversidade do nosso cinema

Por Reynaldo Rodrigues

Assalto à Brasileira

Começa nesta sexta-feira (12) o 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A edição de 2025 marca os 60 anos do evento, iniciado em 1965 como Semana do Cinema Brasileiro, e traz formato ampliado, com nove dias de exibições e um longa adicional nas mostras Competitiva Nacional e Brasília. Serão 80 filmes em seis mostras: Competitiva Nacional, Mostra Brasília, Caleidoscópio, Festival dos Festivais, Coletivas Identidades e História(s) do Cinema Brasileiro, além do Festivalzinho e sessões especiais.

O diretor artístico Eduardo Valente destaca a "diversidade geográfica e temporal das obras, que cruzam séculos da história brasileira".

A Mostra Competitiva Nacional terá sete longas e 12 curtas; a Mostra Brasília, cinco longas e 11 curtas, com R$ 298.473,77 em prêmios e cachês de R$ 30 mil para longas e R$ 10 mil para curtas. O filme de abertura é o festejado "O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho, forte candidato a representar o Brasil na disputa pelo Oscar 2026. E o encerramento será com "A Natureza das Coisas Invisíveis", de Rafaela Camelo. Haverá homenagens a Fernanda Montenegro, Chico Sant'Anna, Lúcia Murat e Ivana Bentes, além do Ambiente de Mercado.

Ao todo 80 filmes selecionados, serão distribuídos em seis mostras: Competitiva Nacional, Brasília e mostras paralelas, cujo conjunto permite um olhar amplo e complexo sobre não apenas o cinema, mas também a sociedade brasileira. Os filmes trafegam por tempos históricos bastante distintos, cruzando séculos da história brasileira, indo do nosso passado mais remoto a propostas de possíveis futuros, tentando encontrar os traços fundamentais da nossa formação enquanto nação, chamando a atenção para suas incompletudes e injustiças.

São filmes apresentados de 14 estados diferentes da federação, cobrindo todas as cinco regiões do país, sem haver repetição de estados entre os sete longas nem entre os 12 curtas. Embora isso não fosse curatorial, na seleção final ajudou a organização a reforçar o Festival com sua posição no centro do país.