'O Agente Secreto' na estrada para o sucesso
Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho seguem à risca campanha promocional para fazer longa repetir os feitos de 'Ainda Estou Aqui'
O ator Wagner Moura diz fazer votos por um repeteco brasileiro no Oscar com "O Agente Secreto", novo filme de Kleber Mendonça Filho que se passa durante a ditadura militar nos anos 1970, mesma época da história de "Ainda Estou Aqui", ganhador da estatueta de filme estrangeiro neste ano. Enquanto "Ainda Estou Aqui" é baseado em fatos reais, "O Agente Secreto" é um trabalho de pura ficção, pontuado por elementos surrealistas.
Ainda assim, diretor e ator disseram que a trama acabou tirando inspiração das experiências de perseguição política que ambos sofreram no governo de Jair Bolsonaro. No filme, um pesquisador acadêmico -papel de Moura - é perseguido e se refugia numa espécie de colônia com outras vítimas. "O Kleber sofreu muita perseguição. E eu sofri muito com o negócio do 'Marighella'", disse Moura, citando o filme com o qual fez sua estreia na direção, sobre a vida do ativista político Carlos Marighella. O ator alega ter sofrido censura para lançá-lo.
"O filme do Kleber é sobre a impotência, a injustiça. A gente viveu um período muito duro para os artistas e para qualquer pessoa que tinha qualquer senso de apreço pela democracia e até de decência humana", acrescentou o ator, após uma sessão do filme em Los Angeles para membros da Academia e eleitores do Globo de Ouro, na semana passada.
