Remake com jeitão de filme original

Kate McKinnon e Ncuti Gatwa falam sobre os bastidores da comédia 'Os Roses: Até Que A Morte os Separe'

Por

Por Pedro Sobreiro

Lançado em 1989, "A Guerra dos Roses" surpreendeu a crítica internacional com sua proposta de misturar comédia politicamente incorreta com um suspense poderoso para contar a história de um casal em crise, cujo imbróglio pelo divórcio leva os ex-pombinhos a entrarem em uma briga para tornarem a vida um do outro insuportável, até que alguém ceda.

Na última semana, chegou aos cinemas "Os Roses: Até Que a Morte os Separe", nova empreitada da Searchlight Pictures que reconta essa história, trazendo a essência do longa original para uma roupagem mais atual. Para estrelar o projeto, o casal agora é formado por Theo (Benedict Cumberbatch), um arquiteto renomado, e Ivy (Olivia Colman), uma aspirante a chef de cozinha que abriu mão do sonho para apoiar o marido.

Quando um acidente terrível acontece, Theo perde o prestígio no mercado ao mesmo tempo em que Ivy começa a crescer na carreira. Com os papeis invertidos, a vida fica insuportável, dando início a um processo de divórcio que vai extrapolar todos os limites.

Mais do que protagonistas laureados, o longa conta com uma equipe criativa espetacular, já que é dirigido por Jay Roach ("Entrando Numa Fria") e escrito pelo espetacular Tony McNamara ("Pobres Criaturas"). E isso foi muito valorizado pela atriz Kate McKinnon, lenda do 'Saturday Night Live', que interpreta Amy, uma amiga que tenta convencer o Theo a "pular a cerca", e que conversou com o CORREIO DA MANHÃ.

"Bem, o que me atraiu no projeto foi esse roteiro incrível de um dos meus roteiristas favoritos, um dos meus diretores favoritos, e saber que alguns dos meus atores e comediantes favoritos já estavam envolvidos nesse filme. Foi uma escolha óbvia, e fiquei muito feliz com a oportunidade", disse Kate.

"É um roteiro do Tony McNamara, então ele é comédia, é drama, e principalmente uma sátira. Quer dizer, ele consegue pegar um tempo, um lugar específico, um 'ethos', e simplesmente destruí-los com uma facilidade tremenda. Aqui ele faz isso com vários lugares, ele de alguma forma 'alfineta' os EUA e o Reino Unido em um projeto só. E, ainda assim, você gosta dos personagens e é divertido. E faz isso com há ideias tão grandiosas por trás. Eu acho que esse é o seu verdadeiro talento, dentre os muitos que ele tem", completou.

Já Ncuti Gatwa, que é dono de um fanbase gigante por seus papéis em 'Doctor Who' e 'Sex Education', ressaltou o brilhantismo do elenco.

"Estar nesse elenco foi como ter várias 'Masterclasses' com tudo o que eu aprendia diariamente. Eu chegava aos sets mal podendo esperar para aprender a me abrir e deixar a criatividade fluir livremente. O roteiro já estava perfeito, mas ver o que esses atores puderam tirar dele e usarem para brincar foi simplesmente incrível! O trabalho com o Jay [Roach], que é um diretor tão gentil e generoso, também foi incrível!", explicou Ncuti.

Ele completou contando que viveu um término de relacionamento durante os bastidores, mas que o clima era tão divertido que não conseguia ficar triste durante as filmagens.

"Eu estava passando por um término de relacionamento na época, e estava muito comprometido em viver essa tristeza. Eu estava lendo 'A Redoma de Vidro', da Sylvia Plath, e pensei: 'Preciso usar esse momento para entrar na minha fase artística mais triste'. Só que eu não conseguia, porque era incrível estar com todos aqueles atores brilhantes. E havia uma autocrítica artística de altíssimo nível. Eu pensava em como aquilo era fascinante, sabe? Eu simplesmente via alguém fazer um set inteiro chorar de rir, e logo em seguida, eles conversavam para entender como poderiam melhorar. Isso te faz querer ser melhor", concluiu Ncuti Gatwa.