Krypton é aqui: 'Superman', de James Gunn, chega às telas com poesia para salvar os filmes de super-heróis
Diretor entrega um longa que resgata os poderes analgésicos (e revolucionários) da fantasia em sua leitora do herói de Metrópolis
No peito do Homem de Aço bate um coração que usa óculos: as lentes grossas de James Francis Gunn Jr. Ex-colaborador da fábrica de filmes e séries B Troma, o cineasta nascido em St. Louis, no Missouri, há 58 anos é quem escreve e dirige "Superman", um poema que resgata os poderes analgésicos (e revolucionários) da fantasia.
Ao assumir o posto, ele passou a carregar a responsabilidade de preservar o prazo de validade das narrativas audiovisuais estreladas por super-heróis no momento em que o filão se encontra em estado de alerta, contabilizando fracassos e rejeições. Kal-El, o último nobre reminiscente da aristocracia que regia o planeta Krypton, é o caminho que o realizador e produtor encontrou para repaginar as HQs da editora DC Comics na telona.
De suas graphic novels, minisséries e revistas mensais, Hollywood extraiu cults como a "Trilogia Batman", de Christopher Nolan; "Coringa", ganhador do Leão de Ouro do Festival de Veneza de 2019; e "Constantine" (2005), com Keanu Reeves em luta com o Arcanjo Gabriel. O longa do Homem-Morcego com Michael Keaton, dirigido por Tim Burton em 1989, e sua sequência ("Batman, O Retorno", de 1992), também merecem loas. Nada, contudo, chega a uma distância mínima de voo do Super-Homem com Christopher Reeve (1952-2004) lá de 1978 - que se perpetuou no imaginário cinéfilo. Nada até os latidos de Krypto.