Por: Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Kevin Costner leva Cannes ao Oeste

Horizon - An American Saga | Foto: Divulgação

Pouco antes de rodar "Dança Com Lobos" (1990), pelo qual ganhou os Oscars de Melhor Filme e Direção, Kevin Costner pensou num personagem, o pistoleiro Hayes, e começou a idealizar um épico para que ele estrelasse. É uma narrativa sobre a construção de uma cidade nos anos 1800, em meio a disputas de terras com populações indígenas e conflitos ligados à Guerra de Secessão.

Cerca de 35 anos depois, o ator e realizador de 69 anos enfim tirou o projeto do papel, investindo cerca de US$ 20 milhões de seu bolso, a ponto de precisar hipotecar sua casa: "Horizon - An American Saga".

"Foi uma odisseia, como o próprio filme. As pessoas me diziam: 'Ninguém faz dois filmes, Kevin, por que você quer fazer quatro?'", contou à AFP o ator e diretor.

Com Sienna Miller e Sam Worthington nos papéis principais, o filme é um cruzamento de histórias de colonos e colonizados, de brancos e indígenas, em um oeste violento e dramático.

O ator americano não pisava em Cannes há duas décadas. No entanto, "Horizon" não disputa a Palma de Ouro, que tem um grande favorito: o drama musical "Emília Perez", protagonizado pela atriz trans espanhola Karla Sofía Gascón. Atualmente, ele atua na série "Yellowstone".

A produção foi concebida para ser uma tetralogia: são quatro longas dos quais os dois primeiros já estão rodados. Costner exibiu o tomo inicial e saiu de Cannes às pressas para o set da Parte 3. "As pessoas pensam que fazer um western é fácil, mas não é. Ele depende da arquitetura certa", disse o ator, que foi ovacionado na Croisette.

Nesta quarta, a cidade confere o concorrente brasileiro à Palma de Ouro: "Motel Destino", de Karim Aïnouz, estruturado como um thriller erótico.