Por: Pedro Sobreiro

Crítica | 'Ghostbusters - Apocalipse de Gelo' se perde e cria um dos filmes mais chatos do ano

Ghostbusters - Apocalipse de Gelo está em cartaz nos cinemas | Foto: Divulgação

Fenômeno nos anos 80, a franquia 'Os Caça-Fantasmas' marcou aquela geração com um filme que jamais se levou a sério e apostou no humor escrachado do Saturday Night Live para contar uma trama de aventura sobrenatural sobre um grupo de cientistas que caçavam espíritos por Nova York.

O longa consagrou nomes como Bill Murray e Dan Aykroyd e eternizou a música tema, "Ghostbusters", como o grande sucesso da carreira de Ray Parker Jr.

Porém, a franquia acabou ficando datada. Ainda assim, o culto dos fãs fez com que novas versões fossem trazidas pela Sony para tentar trazer a franquia para a nova geração. Nessas tentativas, surgiu a aberração "As Caça-Fantasmas", que foi prontamente rechaçada pelo público, e o "Ghostbusters - Mais Além", que apostou numa pegada 'Stranger Things' para reviver a saga com os Caça-Fantasmas originais e seus descendentes.

No entanto, apesar de 'Mais Além' ter funcionado relativamente, sua sequência, "Ghostbusters - Apocalipse de Gelo" chegou nesta quinta (11) aos cinemas e é um desastre.

O filme tem menos de duas horas, mas é conduzido de forma tão enfadonha que parece se estender por três horas. A trama segue os novos Caça-Fantasmas em Nova York, quando uma ameaça ancestral surge para criar uma nova Era do Gelo. Então, eles se unem aos 'Ghostbusters' originais para salvar o dia.

O mais frustrante é que o início do filme, que mostra os novos Caça-Fantasmas perseguindo um dragão de ectoplasma pela cidade, é muito divertido. Se mantivessem esse estilo até o final do filme, seria uma aventura espetacular. O problema é que o longa tenta se levar a sério de mais, mesmo sabendo que não tem conteúdo para isso. Fica realmente cansativo de acompanhar esse tanto de esforço para tentar justificar o injustificável.

Para piorar, ainda perdem tempo com um personagem novo insuportável, que é vivido pelo humorista Kumail Nanjiani, que tem papel fundamental na trama, mas é tão sem graça que faz o público torcer pelos fantasmas. E fica também a sensação de que houve uma série de cortes para tentar reduzir a classificação indicativa do filme. Quem assistiu o trailer pôde conferir algumas cenas do vilão da vez congelando e matando diversas pessoas. No filme, suas habilidades não são tão bem exploradas, fazendo com que a sensação de ameaça não seja transmitida para o espectador.

É tudo tão chato e sem graça que cria no público aquela sensação de ter caído em um grande caça-níquel. Falta aos executivos da Sony o entendimento que, às vezes, não é preciso criar um novo filme. Manter as boas memórias da aventura original e de seu impacto positivo é mais do que suficiente. 

Nota: 2

Ghostbusters - Apocalipse de Gelo está em cartaz nos cinemas.

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