Por: Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Uma esquadra muito animada

Doraemon Nobita's Earth Symphony | Foto: Divulgação

Depois da revoada de "Patos" ("Migration"), um sucesso avalizado por uma bilheteria de US$ 285 milhões, o circuito exibidor brasileiro se delicia com o ganhador do Oscar "O Menino e a Garça" e o destaque de Cannes "Meu Amigo Robô", já de olhos no que já se configura como um dos mais fortes blockbusters de 2024. "Kung Fu Panda 4" é seu nome e sua estreia está marcada para esta quinta-feira (21).

Lá fora, o longa-metragem dublado genialmente por Lucio Mauro Filho faturou US$ 176,5 milhões. Suas cifras crescem minuto a minuto, comprovando a potência da fornada 2024 do cinema animado. "Divertida Mente 2", da Disney, prepara sua estreia para 13 de junho (por aqui), disposto a repetir os bons resultados do filme original, de 2015, protagonizado pelas emoções de uma menina - agora aborrescente.

Com o panda Po de volta às telas, a alegria de grupos exibidores parece garantida, uma vez que a franquia, inaugurada em 2008, já faturou US$ 1,8 bilhões, tendo as vozes de Jack Black e de Dustin Hoffman (dublado aqui por Leonardo Camillo) em seu protagonismo. Na atual e febril aventura do rotundo herói, encontram-se elementos de "Star Wars - Episódio V: O Império Contra-Ataca". Essa alusão se dá na relação que vai estabelecer entre Po e a raposa Zhen (Awkwafina), ao perceber nessa ladina de mãos leves a força, ou seja, a manha necessária para se tornar sua sucessora no posto do Dragão Guerreiro.

Seu mestre, o feneco (autodefinido como panda vermelho) Shifu (papel de Hoffman) crê que Po deve evoluir e alcançar um degrau de evolução espiritual que muda seu nível de combatente. Nessa evolução, ele precisa de alguém que o substitua. Seu desafio será ir atrás de suplentes em meio ao ataque feroz de uma feiticeira que muda de forma, a Camaleoa, vivida por Viola Davis no ápice da crueldade.

Há um clima de batalha prometido pelo que promete ser o maior êxito comercial do setor animado em 2024: "The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim". Trata-se de um derivado da franquia "O Senhor de Anéis" (2001 - 2003), de Peter Jackson, recentemente revivida numa série da Amazon Prime, de J. A. Bayona. Mas o que se vê lembra mais Jackson do que Bayona. A direção é de Kenji Kamiyama. Seu roteiro narra a história não contada por trás do conflito no Abismo de Helm, ambientado centenas de anos antes da fatídica guerra da Sociedade do Anel contra Sauron. O enredo desse épico em computação gráfica recria os feitos do guerreiro Helm Mão de Martelo, dublado por Bryan Cox. Já se fala em Oscar para o longa.

Em maio, um dos felinos mais amados dos quadrinhos e da TV, o gato Garfield vai retornar aos cinemas, agora com a voz de Chris Pratt. Nos anos 1000, o bichano criado por Jim Davis foi encarnado pelo gaiato Bill Murray (dublado por Antônio Calloni), numa mistura de live action com personagens gerados digitalmente.

Tudo indica que Annecy e Cannes devem receber "A Arca de Noé", de Sergio Machado, um representante de peso da animação brasileira. Produzido por Walter Salles e pelos irmãos Caio e Fabiano Gullane, o novo trabalho do realizador de "Cidade Baixa" (2005) resgata, como longa de animação, os sonetos de Vinícius de Moares, outrora transformados em espetáculo musical, agora na forma de aventura. Nela, um trio de ratos (com as vozes de Alice Braga, Rodrigo Santoro e do já citado Noé) lutam para escapar do dilúvio.

Já lançado na Ásia, "Doraemon: Nobita's Earth Symphony", de Kazuaki Imai" deve estourar por aqui em julho, ou, no mais tardar, em agosto. Lá se vão 21 anos desde que "A Viagem de Chihiro" deu a Hayao Miyazaki o Urso, consagrando a animação nipônica. Agora, o segmento mais rentável da indústria audiovisual asiática pode voltar ao festival com a saga do gato robótico, chamado Doraemon, que voltou dois séculos no passado para ajudar um estudante desastrado, o guri Nobita Nobi, a se socializar. No novo filme derivado das HQs de do Fujiko F. Fujio, Nobi trava novas amizades numa seara de perigos.

Para o segundo semestre, são esperados "Harold and the Purple Crayon", do carioca Carlos Saldanha; "The Day the Earth Blew Up: A Looney Tunes Movie", com Patolino e Gaguinho; "Meu Malvado Favorito 4"; e "Fixed", de Genndy Tartakovsky. Para o Natal, a pedida é "Mufasa", de Barry Jenkins (de "Moonlight"), sobre o pai do Rei Leão.

 

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