Por: Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Ave, Estação! Calígula voltou

Malcom McDowell e Helen Mirren em 'Calígula' que, nas palavras da atriz, era 'uma irresistível mistura de arte e genitálias' | Foto: Divulgação

Exibido em Cannes, em 2023, na seleção Classics, "Calígula" (1979), superprodução de um erotismo quase gore pilotada pelo italiano Tinto Brass, vai comemorar seus 45 anos neste sábado, às 23h59 em ponto, com projeção no Estação Botafogo. Orçado em US$ 17,5 milhões, o longa traz Malcolm McDowell no papel do mais cruel dos Césares de Roma, a partir de uma recriação de época nas raias da cafonice.

Uma série de conflitos de Brass com o elenco e um longo atraso em seu lançamento deram ao longa - classificado por seus produtores como "um 'Ben-Hur' à 50ª potência - a fama de maldito. Helen Mirren, que integrou a trupe principal em tórridas cenas de sexo, define a fita como "uma irresistível mistura de arte e genitálias". Fale-se o que for, seu roteiro é uma pérola, e traz a assinatura do romancista Eugene Luther Gore Vidal (1925-2012). A direção de fotografia, clicada por Silvano Ippoliti, também preservou sua fúria dionisíaca ao longo das décadas.

A trama acompanha a ascensão de Calígula conforme ele enlouquece em sua histeria aristocrática e na onipotência de se ver como um deus. O que mais agrava seus delírios é a paixão desenfreada por sua irmã, Drusília (Teresa Ann Savoy).

No Brasil, há uma anedota política em torno dos bastidores da carreira nacional de "Calígula". Em 1992, na inauguração do canal OM - mais tarde chamado de CNT -, sua transmissão em horário nobre foi proibida pela censura, num escândalo que ampliou por um tempo a popularidade da recém-nascida emissora. 

 

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