Estrela da nova aventura (sombria) da franquia "Um Lugar Silencioso", chamado "A Quiet Place: Day One", previsto para junho, a queniana Lupita Amondi Nyong'o tem papel definitivo para exercer em sua carreira a partir de amanhã, quando passa a comandar o júri da 74ª Berlinale.
Sua escalação celebra as lutas antirracistas que se tornaram uma das tônicas no evento, ao mesmo tempo que se alinha com a configuração de tom feminista da maratona cinéfila germânica, empoderando estrelas engajadas nas lutas de equidade de gêneros. Hollywood passou a reverenciar o talento de Lupita há dez anos, quando ela conquistou o Oscar de Melhor Coadjuvante por "12 Anos de Escravidão" (2013).
"Estou ansiosa por celebrar e reconhecer o excelente trabalho de cineastas de todo o mundo", afirmou Lupita em declaração ao site oficial da Berlinale.
Recentemente, ela estrelou "Wakanda Para Sempre" (2022), retornando ao papel da agente Nakia, uma das figuras centrais da dramaturgia do fenômeno popular "Pantera Negra" (2018).
"Faço de tudo para construir personagens que representem um signo mulher forte, capazes de fazer jus ao universo feminino da África", disse Lupita a este repórter em 2017, enquanto filmava "Pantera Negra", em Atlanta.
À época, ela expôs seu interesse pelos clássicos da África no cinema. "A herança africana nas telas é imensa e diversa. O trabalho do diretor Ousmane Sembene, que foi um dos pioneiros do continente nas telas, é importante", disse.
"Lupita Nyong'o encarna aquilo de que gostamos no cinema: a versatilidade para abraçar projetos diferentes, dirigindo-se a públicos distintos", afirma a direção do Festival de Berlim, comandado por Mariëtte Rissenbeek, sob a curadoria de Carlo Chatrian.
Distante do circuito exibidor desde 2015, quando disputou o Oscar com "Timbuktu", o diretor mauritano Abderrahmane Sissako promete comover a Berlinale 2024 com um drama de tintas amorosas, que se passa entre a África e a China, chamado "Black Tea", anunciado ontem entre os 20 concorrentes ao Urso de Ouro deste ano. Tem sangue jovem na lista em competição que Lupita vai avaliar. É o caso da franco-senegalesa Mati Diop, da italiana Margherita Vicario e do mexicano Alonso Ruizpalacios. Tem também medalhões: vide os franceses Bruno Dumont e Olivier Assayas e o sul-coreano Hong Sangsoo. A própria Alemanha sai em campo com o veterano Andreas Dresen. Entre as promessas sul-americanas encaradas como potenciais competidoras, foi selecionada uma produção colombiana que assume um hipopótamo como protagonista: "Pepe", de Nelson Carlos De Los Santos Arias. Ou seja: o que não falta é diversidade. No quesito, astros e estrelas, a Berlinale vai acolher uma constelação. Tem filme com Gael García Bernal, Isabelle Huppert e Sebastian Stan.
Reminiscências
"Gosto de filmes que afirmem identidades", disse Lupita. "Filmando 'Pantera Negra', eu me lembrava mundo do reino de Zamunda, terra do personagem vivido por Eddie Murphy em 'Um Príncipe em Nova York'. É um clássico que nos dá orgulho ao falar de afirmação das tradições africanas".
Na quinta, Lupita vai estar na sessão do filme de abertura da Berlinale: o drama irlandês (feito em coprodução com a Bélgica) "Small Things Like These", de Tim Mielants. Seu protagonista é Cillian Murphy, ganhador do Globo de Ouro de Melhor Ator Dramático por "Oppenheimer" e possível concorrente ao Oscar. Cillian vive um trabalhador das minas de carvão assolado por segredos de sua comunidade no Natal de 1985.
Na mostra paralela Encontros, Berlim confere o longa brasileiro "Cidade; Campo", de Juliana Rojas (de "Sinfonia da Necrópole"). A mesma seção (competitiva) oferece brasilidade na coprodução multinacional "Dormir de Olhos Abertos", de Nele Wohlatz. Este ano, a esquadra brasileira na Berlinale inclui títulos nas seções Panorama ("Betânia", de Marcelo Botta), Generation ("Lapso", de Caroline Cavalcanti) e Forum Expanded ("Quebranto", de Janaina Wagner).
CONCORRENTES AO URSO DE OURO
“Another End”, de Piero Messina
“Architeton”, de Viktor Kossakovsky
“Black Tea”, de Abderrahmane Sissako
“La Cocina”, de Alonso Ruizpalacios
“Dahomey”, de Mati Diop
“A Different Man”, de Aaron Schimberg
“L’Empire”, de Bruno Dumont
“Gloria!”, de Margherita Vicario
“Hors du Temps”, de Olivier Assayas
“From Hilde, With Love”, de Andreas Dresen
“My Favorite Cake”, de Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha
“Langue Étrangère”, de Claire Burger
“Who Do I Belong to”, de Meryan Joobeur
“Pepe”, de Nelson Carlos De Los Santos Arias
“Shambala”, de Min Bahadour Bham
“Small Things Like These”, de Tim Mielants
“Sterben”, de Mathias Glasner
“The Devil’s Bath”, de Veronika Franz e Severin Fiala
“Sons”, de Gustav Möller
“A Traveler’s Needs”, de Hong Sangsoo
CONCORRENTES AO URSO DE OURO
<pstyle:ct\_texto><cf:Montserrat__(TT)> <cf:Montserrat__(TT)>"Another End",<cf:Montserrat__(TT)> de Piero Messina
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<pstyle:ct\_texto><cf:Montserrat__(TT)> <cf:Montserrat__(TT)>"Black Tea",<cf:Montserrat__(TT)> de Abderrahmane Sissako
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