Por: Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Ferrão afiado de Jason Statham

Herdeiro legítimo da tradição dos filmes de ação com Sylvester Stallone, o britânico Jason Statham faz acontecer em 'Beekeeper' | Foto: Divulgação

Rei do "Domingo Maior", herdeiro (sem laços sanguíneos) de Stallone no comando da franquia "Os Mercenários" e fetiche do diretor Guy Ritchie, o inglês Jason Statham vira zangão no que promete ser o primeiro fenômeno dos thrillers de pancadaria de 2024: "Beekpeer - Rede de Vingança". A estreia aqui está prevista para 11 de janeiro.

A direção é do polêmico David Ayer, que meteu bordoada nos estúdios de Hollywood pelos boicotes que sofreu em sua versão para as HQs do Esquadrão Suicida, em 2016. A fim de garantir um arranque de respeito para sua volta às telas, o cineasta convocou um astro que virou sinônimo de soco na cara, responsável por arrecadações milionárias.

Este ano, ele ajudou "Megatubarão 2" a faturar US$ 395 milhões pelo mundo afora. Dublado aqui habitualmente por Armando Tiraboschi, Statham agora vive um apicultor que esconde um segredo, ligado a uma organização de agentes treinados para matar.

"Existem muitos cineastas com verve autoral com quem eu gostaria de trabalhar, mas, por vezes, na indústria, somos vistos a partir de certos prismas, ainda que, no prisma que estou, eu tente humanizar os personagens, explorando a solidão que existe neles", disse Statham ao Correio da Manhã, quando lotava os cofres hollywoodianos de dólares com "Infiltrado", que ganhou às telas em meio à pandemia e pode ser visto hoje na Amazon Prime.

Foi na França, há 21 anos, sob os auspícios do realizador Luc Besson que esse ator e modelo britânico reinventou uma carreira que havia começado em 1998, com "Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes", assumindo a persona do herói bom de luta e rápido no volante. Frank, seu personagem em "Carga Explosiva" (2002-2008) faturou milhões, abriu espaço para que ele tivesse lugar na franquia "Velozes e Furiosos" e ainda assegurou sua (oni)presença em thrillers B. Mas ele nunca deixa passar a chance de trabalhar com o realizador que o revelou, seu conterrâneo Guy Ritchie. Ano passado, os dois arrecadaram cerca de US$ 103 milhões com o já citado longa "Infiltrado". Trabalharam de novo este ano em "Esquema de Risco - Operação Fortune". É um filme que merece uma revisão.

"Venho de muitos filmes que têm uma dimensão cômica ácida, de muitos excessos formais, explícitos na ação, incluindo alguns com a marca autoral de Guy Ritchie, um parceiro", disse Statham. "Guy é um cineasta colaborativo, que sabe trocar com a gente em cena. Silêncio é parte de um método físico dele, com quem eu demorei a trabalhar após de um início de carreira onde fui seu colaborador muitas vezes. Gosto de notar o quanto ele explora a ideia de 'sujeito comum' que temos e expande essa noção do quer seria a normalidade para o perigo".

Existe um toque de chanchada em "Esquema de Risco - Operação Fortune", que pode ser visto na Amazon e na Apple TV, além do sistema de aluguel do YouTube. Sob uma saraivada de balas, Fortune precisa unir uma das melhores equipes de operações especiais do mundo (Aubrey Plaza, Cary Elwes e Bugzy Malone) para rastrear e conter a venda de uma nova tecnologia de armas mortais que está sendo realizada por um milionário do Mal, Greg Simmonds (Hugh Grant). Mas o time de Fortune vai precisar da ajuda do astro de Hollywood Danny Francesco (Josh Hartnett) para passar despercebido.

"Há um código de honra que cerca alguns heróis. Esse padrão significa agir dentro de um protocolo de valores relacionado ao que parecer ser o certo, o correto. Mas não é todo o personagem que tem esse luxo, principalmente figuras associadas ao submundo, como é o caso de muitos dos papéis que me oferecem", disse Statham. "Acredito que o silêncio é uma ferramenta que um ator tem para expressar com técnicas de corpo aquilo que, habitualmente, ele confiaria às palavras".

 

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