Por: Pedro Sobreiro

'A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes' traz os primórdios dos 'Jogos Vorazes'

Longa traz protagonista ambíguo | Foto: Divulgação

Por: Pedro Sobreiro

Após o fim da saga de Harry Potter, os estúdios correram atrás de uma franquia juvenil para chamar de sua. Em meio a diversas tentativas, apenas uma conseguiu se destacar e desenvolver nas telonas, criando um legado que honrou o material original: a saga 'Jogos Vorazes'.

Ambientado neste mesmo universo, chega aos cinemas nesta quarta (15) a prequel 'Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes'.

Também inspirado no livro de Suzanne Collins, o filme se passa décadas antes da revolta de Katniss, mostrando a 10ª edição dos Jogos Vorazes, revolucionada pelo jovem Coriolanus Snow, o mentor de Lucy Gray, uma inocente tributo que só queria voltar viva dos Jogos.

Com direção de Francis Lawrence, 'A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes' é um filmaço. Desde o início, o estúdio já anunciou que não pretendia transformar esse livro em franquia, mas contar sua história em um único longa. Essa decisão foi muito acertada. Por mais que a reta final do longa de 2h38 seja um pouco mais cansativa, é nítido que não havia material o bastante para abordar em uma trilogia, por exemplo. E em termos de adaptação, é uma obra realmente muito competente.

O mérito maior do filme é ter Snow como protagonista. Quem leu ou assistiu a saga de Katniss Everdeen sabe que o rapaz vai crescer e virar o ditador inescrupuloso de Panem. Porém, aqui, ele ainda tem ambições e mostra um lado humano. A atuação de Tom Blyth é tão convincente que ele consegue fazer o público torcer por ele, mesmo mostrando seu viés fascista em alguns momentos. E é interessantíssimo ver até que ponto os atos de Snow são "perdoáveis" e quando eles largam a mão do protagonista. Já Rachel Zegler passa uma pureza misturada com uma certa malícia das ruas para sua Lucy Gray que realmente cativam qualquer um. Ela solta a voz com canções marcantes e realmente passa a sensação de ser uma pobre camponesa que só quer voltar para casa.

Mais do que isso, o filme consegue abordar as origens dos Jogos de forma bastante crítica e interessante. Muito por conta da Dra. Gau, vivida brilhantemente por Viola Davis, que é desprezível e comanda os Jogos. A construção da identidade visual de Panem é de encher os olhos.

Quase uma década depois, o público volta a visitar o universo de Jogos Vorazes e, felizmente, ele segue mais interessante do que nunca. Vale a pena conferir nos cinemas!

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.