Envolvido com as filmagens de "Gladiador 2", ao lado de Paul Mescal e Pedro Pascal, Denzel Washington confirmou, mais uma vez, sua habilidade de levantar bilheterias mastodônticas com o sucesso mundial de "O Protetor: Capítulo Final". Sua bilheteria beira a casa dos US$ 175 milhões e a produção segue lotando salas no Brasil.
Há um boato de que ele vá receber o Urso de Ouro Honorário da Berlinale em fevereiro, mas nada foi ainda definido. Mas Denzel anda mobilizando streamings aqui e no mundo com seus sucessos comerciais.
Tem Denzel na HBO Max, mas trabalhando do outro lado das câmeras, na direção, em "Um Diário Para Jordan: Memórias De Amor E Perda" ("A Journal For Jordan"). Este drama de guerra transborda mel ao recriar a história real do soldado Charles Monroe King (papel confiado a Michael B. Jordan, de "Creed"), que deixou um diário para o filho, antes de morrer em Bagdá.
Na Apple TV, ele pode ser visto em "A Tragédia de Macbeth" ("The Tragedy of Macbeth"), de Joel Coen, que valeu ao astro uma indicação ao Oscar de melhor ator. Beira o estonteante a versão dublada desta adaptação de Shakespeare, graças ao trabalho de Garcia Júnior cedendo seu vozeirão a Denzel. Numa outra plataforma, a Star Plus, também é possível ouvir Jr. dublar Washington: basta conferir "Jogada Decisiva" ("He Got Game", 1998), de Spike Lee. Um dos maiores sucessos comerciais da carreira do realizador de "Faça a Coisa Certa" (1989), essa dramédia esportiva traz Denzel no papel de um presidiário que tem a chance de ter sua pena reduzida caso convença seu filho, um ás do basquete, a se render a um esquema esportivo.
Conforme a expectativa por "Gladiador 2" cresce, a busca pelos filmes do ator de 68 anos aumenta, sobretudo a busca por "O Protetor". Seu título em inglês faz referência à sua matéria-prima: "The Equalizer". Trata-se de um seriado de sucesso nos anos 1980, criado por Richard Lindheim (1939-2021) e Michael Sloan, com o ator Edward Woodward (1930-2009) no papel de superagente aposentado em fase de vigilantismo. A produção voltou à TV e à streaminguesfera com Queen Latiffah (aqui dublada por Mônica Rossi) como protagonista. A reinvenção da série, traduzida por aqui como "O Justiceiro", é parte de um esforço da rede CBS para revivificar grifes televisivas de prestígio no passado. Era Robert McCall e virou Robyn, numa escalação de elenco precisa. Mas antes de Queen, quem calçou os sapatos de McCall foi Denzel.
Na web, na supracitada HBO Max, à frente do thriller "Os Pequenos Vestígios" (2020), Denzel interpretou Robert num par de longas-metragens dirigidos por Antoine Fuqua. O primeiro "O Protetor", de 2014, custou US$ 55 milhões e arrecadou US$ 192 milhões. O segundo, de 2018, custou US$ 62 milhões e faturou US$ 190 milhões, sendo embalado em elogiosas resenhas.
Soturno em sua representação das relações sociais, mas taquicárdico na costura de tiroteios, brigas e perseguições, "O Protetor" espelha a maturidade narrativa de Fuqua como cineasta, numa linha evolutiva pela estrada da autoralidade. Denzel injeta carisma na pele de um ex-fuzileiro promovido a espião, mas afastado da ativa por traumas do passado.
No terceiro longa, que bomba em circuito, há algo de novo no dia a dia de McCall. Desde que desistiu de sua vida como assassino trabalhando para o governo, ele tem dificuldades para se reconciliar com as coisas horríveis que fez em seu passado, e encontra um estranho conforto em trazer à justiça aos oprimidos. Após encontrar um lar inesperado no sul da Itália, ele descobre que seus novos amigos vivem sob o controle dos chefes do crime organizado do local. Assim que os eventos se desdobram para acontecimentos mortais, McCall sabe o que precisa fazer: se tornar um protetor para seus amigos e enfrentar a máfia.