Por: Rodrigo Fonseca

Festival do Rio: Surpresa portuguesa, com certeza

Em 'Mal Viver' uma hospedaria serve de arena para muitos conflitos | Foto: Divulgação

Chega enfim ao Brasil o arrebatador drama que pode levar Portugal ao Oscar, "Mal Viver", que saiu da Berlinale, em fevereiro com um Urso de Prata (no caso, Prêmio do Júri. Em terras e telas alemãs ele esteve acompanhado por um irmão gêmeo, "Viver Mal", que brilhou na seção competitiva Encontros.

O nome é parecido e o diretor é o mesmo, o engenhoso João Canijo (de "Noite escura"). O conceito: construir um díptico em torno da rotina de um hotel luso. Um elenco de atrizes em estado de graça, ao lado de um inspiradíssimo astro (Nuno Lopes, feroz em cena), servem de combustível para o projeto - um experimento dos mais vigorosos.

Em "Mal Viver", a tal hospedaria que serve de arena para mil conflitos nos é apresentada sob a perspectiva de suas donas e de suas funcionárias, com destaque para a atuação de Rita Blanco e Anabela Moreira. Já no longa escalado para a Encounters, Canijo olha aquele mundo sob a ótica de hóspedes, na triagem de depressões das mais variadas, incluindo um casal de namoradas que lida com uma sogra infeliz. É um dos filmes mais maduros do cinema português na cena dos festivais europeus.

Tem "Mal Viver" na quinta, às 21h30, no Estação NET Botafogo, e no sábado, às 14h45, na Gávea. Já "Vive Mal" tem projeção nesta sexta, às 21h30, no Estação NET Botafogo, com repeteco neste domingo, às 14h45, na Gávea. (R.F.)