Por Rodrigo Fonseca
Especial para o Correio da Manhã
Nome emblemático das artes marciais na cultura pop, Bruce Lee (1940-1973) vai ganhar um tributo póstumo, nos 50 anos de sua morte, com uma mostra que celebra seu legado, centrada em cinco longas-metragens seminais de sua meteórica passagem pelos cinemas, que regressam remasterizados em tecnologia 4k.
O projeto da distribuidora Sato Company, em parceria com a Sinny Assessoria, vai ocupar telas de todo o país a partir desta quinta-feira, incluindo o Espaço Itaú, em Botafogo, além de outras salas exibidoras cariocas a serem confirmadas.
No pacote de atrações estão: "O Dragão Chinês" (1971); "A Fúria do Dragão" (1972); "O Jogo da Morte" partes I (1978) e II (1981) e o magistral "O Voo do Dragão", que ganhou uma projeção nas areias da Croisette, na França, este ano, durante o 76° Festival de Cannes, comemorando o cinquentenário de sua estreia.
Neste momento, o diretor taiwanês Ang Lee ("O Segredo de Brokeback Mountain") prepara uma cinebiografia de Lee, que morreu em circunstâncias suspeitas, com um laudo de edema cerebral. Teorias da conspiração falam de um possível assassinato, encomendado pela máfia chinesa. Essa hipótese mobilizou Cannes, em conversas na orla do balneário, quando "O Voo do Dragão" - uma produção de US$ 130 mil que teve um faturamento estimado em US$ 130 milhões - foi projetado. O longa ficou célebre por mostrar uma luta de Bruce contra Chuck Norris no Coliseu, em Roma, capaz de desafiar as leis da Física.
Outro fenômeno de bilheteria, "Operação Dragão" ("Enter The Dragon", 1973), a maior superprodução da carreira do astro, orçada em US$ 850 mil, está comemorando cinco décadas de lançamento e está regressando ao circuito em diferentes cidades da Europa e da Ásia em versão restaurada. Seu faturamento, à época, foi de US$ 400 milhões, o que transformou Bruce Lee num dos mais rentáveis nomes de Hollywood.
Na entrevista a seguir, Nelson Sato, responsável pela homenagem brasileira ao ator, explica o fascínio que ele ainda gera.
Qual é o maior apelo de Bruce Lee no olhar de espectadores brasileiros e qual é o apelo de revisitar seus filmes em tela grande?
Nelson Sato: Bruce Lee completou 50 anos de seu falecimento, e seus filmes são clássicos, históricos e referência a todo amante de artes marciais. Agora, esses longas chegam remasterizados em 4k, numa qualidade jamais vista.
Como a plateia de origem asiática neste país reage ao simbolismo heroico do ator, mesmo 50 anos depois de sua morte?
Bruce Lee continua vivo no coração e mente dos amantes de artes marciais. Anderdon Silva o tem como principal ídolo e segue vários ensinamentos da filosofia de Bruce Lee. O astro foi responsável por colocar o kung fu no dicionário mundial e criar o nicho de filmes dessa luta. Chuck Norris, Jean-Claude Van Damme, Jackie Chan são alguns dos nomes que devem suas carreiras a esse fantástico ator.
Que demanda o senhor tem em relação não só a Lee mas a outras estrelas asiáticas de ação do passado?
Jackie Chan e Jet Li são talentos que derivaram do trabalho pioneiro de Bruce Lee e que fazem parte de nosso catálogo.