Por: Pedro Sobreiro

"Beau Tem Medo" traz o bizarro para os cinemas

"Beau Tem Medo" já está em cartaz nos cinemas | Foto: Divulgação/ Diamond Films

Nos últimos anos, o diretor Ari Aster cravou seu nome de vez no cenário internacional dos filmes de terror com os já clássicos "Hereditário" e "Midsommar - O Mal Não Espera a Noite". Agora, ele chega ao seu terceiro filme com a comédia dramática de terror "Beau Tem Medo".

Sua principal característica na direção, que a incomum capacidade de criar situações inquietantes e desconfortáveis, é elevada ao máximo nesta história que toma como base um antigo curta de Ari Aster sobre um rapaz à beira de um ataque de nervos que começa a vivenciar coisas estranhas quando uma pessoa misteriosa rouba as chaves de sua casa.

Agora, com muito mais orçamento e prestígio, o diretor trouxe o genial Joaquin Phoenix para dar vida a Beau, um homem com alguns problemas que se vê em uma crise de ansiedade antes de fazer uma viagem para visitar sua mãe. O problema é que nada sai como planejado e ele acaba se envolvendo em uma desventura cheia de dor, provações e uma passagem assustadora pelos traumas de sua vida.

Diferente de praticamente todos os filmes da atualidade, esse longa aposta num roteiro que incentiva a participação do público o tempo inteiro, que assume muitas vezes o papel do próprio Beau, enquanto viaja por uma trama que usa e abusa do abstrato para criar um terror psicológico muito bem construído e incômodo.

Definitivamente é um filme que deixará o público em choque, seja por seu conteúdo forte ou pelas 2h59 de duração. É longo, mas se você embarcar na proposta de não se apegar a explicações lógicas, vai passar bem rápido. E a melhor parte é que já está nos cinemas.