Por: Vivian Masutti
Fosse uma final de Copa de Mundo, o último dia de julgamento envolvendo Amber Heard, de 36 anos, e Johnny Depp, de 58 anos, já ocorreria a portas fechadas. Afinal, a atriz sofreu por 47 dias ameaças de morte a ela e a sua família vindas da torcida adversária, redes sociais afora.
Pressionada pela animosidade dos hooligans organizados, que desejaram até a morte da filha da atriz ("querem colocar minha bebê no micro-ondas", ela disse), a polícia de Fairfax, na Virgínia, teria escalado a Polícia Militar e a cavalaria para fazer a segurança de ambos os times, em ônibus blindados para o estádio. Vestiários lacrados.
Fosse uma final de Copa do Mundo no Catar, como a que veremos no fim do ano, todos estaríamos, como de fato os fãs mais ardosos estão, liberando um espacinho na conta do cartão para pagar o pay-per-view do fim do mês. Agora, basta acessar um link para acompanhar o que acontece na corte.
Todos contamos com a transmissão ao vivo de gotículas de suor, lágrimas estimuladas cotejando pelo canto dos olhos, cabelos milimetricamente alinhados, fios brancos aparentes e pés de galinha realçados no piscar de ambas as celebridades. Afinal, ninguém mais ali é principiante.
Fosse uma final de Copa do Mundo, troféu e prêmio em dinheiro seriam os mesmos para ambos os lados. Mais as luvas acordadas a cada seleção, claro. E a vitória seria mais celebrada pela zebra, o que parece ser o caso de Amber Heard, já que talvez Johnny Depp seja querido demais para ser cancelado.
Agora, o ator exige US$ 50 milhões na Justiça por causa de um artigo que Amber Heard escreveu ao jornal Washington Post em que afirmava ser vítima de abuso doméstico. Já a atriz, em resposta, processa o ex pedindo US$ 100 milhões. Ambos os valores podem ser menores, em eventual negociação.
Fosse uma final de Copa do Mundo, os sites de celebridades estariam estourando de cliques e rivalizando com a mídia esportiva. Já que ambas as carreiras (tudo bem que um time ganhou muitos campeonatos a mais do que o outro) estão sendo ofuscadas pelo anseio de saber mais e mais intimidades dos astros.
No caso do julgamento em Fairfax não está sendo diferente, já que até Kate Moss fez uma participação em vídeo, testemunhando a favor de Depp, na qual negou ter sido empurrada pelo ator do alto de uma escada, durante uma viagem romântica, como havia sido sugerido por Heard.
O ator ainda disse ter tido a ponta do dedo decepada após a atriz ter atirado contra ele uma garrafa de vodca. O que Amber negou. Uma mulher chegou inclusive a invadir a corte, com um bebê nos braços, reafirmando a inocência do ator e bradando que a criança era seu filho. Ele não negou. Mas não precisou.
Fosse uma final de Copa do Mundo, o trio de arbitragem teria sido questionado pela torcida após todos os jogos, que teriam um intervalo de dias entre um e outro, para que as equipes pudessem se recuperar fisicamente para a derradeira disputa.
No tribunal, poucos parecem ter sido os dias de descanso ao longo dessas cinco semanas desde que o julgamento teve início, no dia 11 de abril, sempre com o acompanhamento do mesmo júri.
Com olheiras sob a maquiagem, Amber Heard chega ao último dia de julgamento, nesta sexta-feira (27), cansada de tentar se mostrar uma boa atriz para a torcida adversária e sem o alarde que seria justo em relação às ameaças que recebeu.
Já Johnny Depp, mesmo de sorrisinho de canto de boca, teve de engolir o fato de que nunca mais interpretará seu adorável Jack Sparrow.
Fosse uma final de Copa de Mundo, nesta sexta seria construída uma imagem bem clara de quem ganhou e de quem perdeu. Algo que está bem longe de ser desenhado com o julgamento envolvendo os dois atores.