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Gabriele Basilico, um cronista visual do tecido urbano

A ausência de pessoas é um traço comum no trabalho de Gabriele Basilico. Quando aparecem, são apenas acessórios da paisagem urbana | Foto: Gabriele Basilico

Está chegando ao fim a exposição "Gabriele Basilico: Paisagens Urbanas", promovida pelo Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro e que poderá ser visitada, gratuitamente, até o próximo dia 11 no Polo Cultural Italiano Rio - arte, design e inovação. A seleção de obras inclui 77 fotografias realizadas entre 1978 e 2012, cobrindo quase todo o seu percurso artístico, com curadoria de Giovanna Calvenzi e Filippo Maggia.

Nascido em Milão, em 1944, Basilico foi um dos fotógrafos italianos mais conhecidos internacionalmente e suas obras estão presentes em coleções de prestigiadas instituições públicas e privadas em todo o mundo - mais de 130 livros e catálogos foram publicados sobre seu trabalho.

Após obter o diploma em arquitetura em 1973, Basilico iniciou uma jornada de pesquisa que, através da fotografia, examina com detalhe as áreas urbanas e a paisagem industrial.

A exposição percorre a carreira artística de Basilico começando com sua Milão. Basilico trabalhou tambpem numa coleção de imagens dos portos europeus: Gênova, Hamburgo e Antuérpia. Beirute representa outro importante capítulo na obra de Basilico: o artista milanês visitou a capital do Oriente Médio quatro vezes entre 1991 e 2011.

"A escolha do ponto de vista não é mais apenas fruto de uma longa e cuidadosa inspeção, mas o ato final de um exercício que o fotógrafo viveu plenamente, com generosidade e respeito pelo lugar e por quem o vive e o transforma a cada dia", destaca Marco Marica, diretor do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro.

Em todas as cidades, Basilico nunca está interessado em retratar o notório. O elemento unificador é a ausência de figuras humanas que, mesmo quando presentes, constituem um elemento acessório, um complemento da paisagem urbana, como os automóveis ou trilhos ferroviários. O que interessa a ele é retratar cada cidade na sua essência arquitetônica, independentemente da humanidade que a construiu.

Fazem parte da mostra também algumas fotos do Rio de Janeiro realizadas quando Basilico visitou a cidade para a inauguração de uma exposição. Coerente com sua visão, não se deteve na iconografia tradicional da Cidade Maravilhosa. Em suas imagens, não vemos o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, as praias da Zona Sul, os Arcos da Lapa ou o Carnaval. Sua atenção foca no tecido urbano, no verticalismo dos edifícios modernos, no detalhe de um cruzamento anônimo de uma rua da periferia. "Um olhar sobre a contemporaneidade que nos obriga a refletir sobre a natureza dos espaços urbanos em que vivemos e sobre como a forma da cidade contribui para moldar nossas relações sociais e nosso modo de viver", reforça Marica.

SERVIÇO

GABRIELE BASILICO: PAISGANE URBANAS

Polo Cultural ItalianoRio - arte, design e inovação (Av. Pres. Antônio Carlos, 40 - Centro)

Até 11/9, de segunda a sexta (7h30 às 16h30)

Entrada franca