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O sublime na natureza por Edo Constantini

A exposição reúne a pesquisa fotográfica de Edo Constantini e esculturas e, bronze criadas com sua mulger, a artista Delfina Braun, e a arquiteta Delfina Muniz Barreto | Foto: Divulgação

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói recebe até 23 de novembro a primeira exposição individual de Edo Costantini em território brasileiro. "Através do Véu Verde" reúne uma década de investigação artística do fotógrafo argentino, que desde 2013 documenta as florestas do norte do estado de Nova York, onde reside atualmente.

Filho do empresário Eduardo Costantini, fundador do prestigiado Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba), Edo construiu trajetória própria entre arte e cinema. Atuou como diretor-executivo do museu portenho por cinco anos e produziu filmes como "Tropa de Elite", vencedor do Urso de Ouro em Berlim. Também integrou o conselho da plataforma Mubi, consolidando experiência no mercado audiovisual.

A exposição, com curadoria de Nicolas Martin Ferreira e texto crítico de Paulo Herkenhoff, apresenta 20 fotografias em grande formato que capturam a essência etérea das paisagens de Katonah-Bedford Hills. As imagens, produzidas entre 2013 e 2025, nascem das caminhadas diárias do artista, transformando rotina contemplativa em reflexão sobre temporalidade e existência humana.

"Cada caminhada torna-se um portal para revelar o extraordinário no ordinário", explica Costantini sobre seu processo criativo. O trabalho fotográfico dialoga com pesquisas sobre plantas sagradas, resultando em representações que transcendem o documental para alcançar dimensão quase mística da natureza.

Complementam a mostra a instalação "Opium Whispers", homenagem a Jean Cocteau, e a projeção do filme "Last Survivors", obra de 30 minutos filmada no mesmo período das fotografias. A programação inclui ainda esculturas em bronze criadas colaborativamente com sua esposa, a artista Delfina Braun, e a arquiteta Delfina Muniz Barreto.

"Cada um de nós contribuiu com seu conhecimento, explorando juntos diferentes dimensões, tempos e espaços", explica Edo. As esculturas habitam silenciosamente as galerias do MAC, celebrando formas orgânicas enquanto refletem sobre relações entre dor e cura.

SERVIÇO

ATRAVÉS DO VÉU VERDE

MAC Niterói (Mirante da Boa Viagem, s/nº, Niterói)

Até 23/11, de terça a domingo (10h às 18h) | Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)