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Crítica 'Godzilla Vs Kong' | Um sucesso monstruoso para todas as idades

Pedro Sobreiro

Após uma série de atrasos no lançamento, que passou por refilmagens e teve de enfrentar a pandemia, Godzilla Vs Kong enfim chegará aos cinemas brasileiros na próxima semana.  Resultado de sete anos de projetos do chamado "MonsterVerse", o filme reúne nas telonas os dois maiores titãs do cinema: Godzilla e King Kong. Na trama, Kong está sendo estudo em um cativeiro montado no coração da Ilha da Caveira, quando um grande empresário convence a equipe a levá-lo até o Ártico para que eles consigam comprovar uma teoria. O problema é que Godzilla, o Rei dos Monstros, nota a presença de outro gigante em sua região. E aí começa um embate histórico que vai empolgar o público e destruir milhares de prédios pelo mundo.

É interessante reparar como a equipe criativa escutou as críticas especializadas e a dos fãs sobre o elenco humano. Nos outros filmes do MonsterVerse, o núcleo humano era dominante, ocupando muito tempo de tela com dramas e conversas que não acrescentavam em nada aos longas. Em Godzilla Vs Kong, os seres humanos foram reduzidos a meros coadjuvantes para a pancadaria generalizada dos dois monstros. Quer dizer, ainda há personagens na história, mas nenhum deles perde tempo tentando convencer o público a comprar o drama deles ou ao menos simpatizar com eles. Essas pessoas estão ali exclusivamente para traçar os caminhos que levarão um Titã de encontro ao outro.

Outro ponto divertido é que parte da história gira em torno da teoria da Terra Oca, que já vinha sendo citada aos poucos nos filmes anteriores. Os cientistas e empresários do longa defendem essa tese quase Verniana de que existem passagens subterrâneas para um mundo secreto bem abaixo de nossos pés. E pela primeira vez nesse universo, vemos como é esse tal mundo, bem parecido com as aventuras estranhas descritas em "Viagem Ao Centro da Terra". Sem contar que essa ambientação ainda deixa um gancho para uma possível sequência voltada mais para o King Kong.

Então, com um roteiro certeiro que preza por criar cenas de ação e dar aquele clima de aventura divertidíssimo, o público ganha tempo para desfrutar as maravilhosas cenas de combate e destruição. E é aí que o filme deslancha. A direção usa um CGI perfeito para criar com muito realismo tanto o Godzilla quanto o Kong. Você realmente acredita que os dois monstros existem e estão se enfrentando. No quesito porrada, o filme também agrada muito. Como cada Titã ostenta suas habilidades especiais, o diretor Adam Wingard explora bem o que cada um deles é capaz, proporcionando socos, chutes, machadadas e rajadas atômicas a torto e a direito. É literalmente uma pancadaria monstruosa que vai abrir sorrisos até nos mais carrancudos. É um filmaço que já nasceu clássico. É entretenimento de primeira para todas as idades!

Assim como a aparência dos monstros, toda a estética das ambientações é maravilhosa. Seja em Hong Kong, na Ilha da Caveira ou na Terra Oca, o uso das cores e neons cria um verdadeiro espetáculo visual. É o tipo de filme que, em condições normais, estaria com filas intermináveis dando voltas no quarteirão para conferir quem é o grande vencedor do embate do século.

E não importa para quem você está torcendo, o resultado final vai te agradar, porque, sim, há um vencedor, mas até mesmo o perdedor tem vários momentos para brilhar e mostrar seu valor. O único problema desse longa, porém, é que ele é tão divertido, mas tão divertido que o público vai ficar querendo mais. Poderia ter tranquilamente 4h de duração que ninguém reclamaria. Enfim, com um roteiro ágil, lutas fantásticas e muito respeito aos maiores ícones dos filmes de monstros, "Godzilla Vs Kong" é filme para ver e rever milhões de vezes e se divertir em todas, como um enorme parque de diversões.  

Nota: 9

Godzilla Vs Kong estreia em 6 de maio de 2021, mas já terá sessões especiais disponíveis a partir do dia 29 de abril.

 

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