Márcio Vito, um Robert Duvall à brasileira

Atuação premiada do ator em 'Eu Não Te Ouço' pode ser conferida nesta terça na Mostra de SP

Por Rodrigo Fonseca - Especial para o Correio da Manhã

Márcio Vito ganhou o Redentor de melhor ator por seu desempenho no longa de Caco Ciocler

Atuação premiada de Márcio Vito em 'Eu Não Te Ouço', de Caco Ciocler, pode ser conferida nesta terça na Mostra de SP

Hollywood possui um jargão, the actor's actor ("o ator favorito dos atores"), cunhado para se referir a Robert Duvall e a seu prestígio entre colegas de classe, que, no Brasil, comumente se alinha com a forma reverente de estrelas dos mais variados (sobretudo altos) quilates reagirem às interpretações de Márcio Vito. A ovação que ele recebeu no Odeon, no último dia 12, ao conquistar o troféu Redentor por sua atuação no longa-metragem "Eu Não Te Ouço", de Caco Ciocler, comprova o fascínio que gera entre seus pares - e em suas plateias. À moda Duvall - que se impõe sinuosamente em "O Poderoso Chefão", entre titãs como Marlon Brando e Al Pacino, brilhando pelas beiradas -, Vito tira muito (põe muito nisso) do pouco. Raros são os intérpretes que flanam entre diferentes personagens - num só monólogo - com a harmonia que ele esbanjou na peça "Claustrofobia". Sabe ainda ser harmônico ao dividir bolas, em textos como "Dois Contra o Mundo" (num duo com Priscilla Rozenbaum) ou no coletivo de séries ou novelas, como "Guerreiros do Sol", do Globoplay, em que vive Natanael.