Por: Reynaldo Rodrigues

Festivalzinho e Mostra Nacional marcam Festival de Brasília

'Xingu à Margem' retrata os impactos de Belo Monte sobre populações amazônicas | Foto: Divulgação

O 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro segue com uma programação intensa e diversa. Neste domingo (14), começa o tradicional Festivalzinho, dedicado a produções infanto-juvenis. A abertura acontece às 11h no Cine Brasília, com a exibição do longa-metragem “Papaya”, de Priscilla Kellen, que conta a história animada de uma semente de mamão que precisa voar para não criar raízes. A partir de segunda-feira (15), a programação do Festivalzinho será às 9h30 também no Sesc Gama, Sesc Ceilândia e Complexo Cultural de Planaltina.

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Filme concorre na categoria de longas nesta edição | Foto: Divulgação

 Cinema com compromisso social

O segundo dia da Mostra Competitiva Nacional destaca obras que refletem lutas sociais e diversidade de vozes do cinema brasileiro. Às 19h45, no Complexo Cultural de Planaltina, e às 21h, no Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho, serão exibidos o documentário Xingu à Margem, de Wallace Nogueira e Arlete Juruna, e o curta-metragem Dança dos Vagalumes, de Maikon Nery.

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Documentário, 97 min, Bahia, 2025, Livre | Foto: Divulgação

Xingu à Margem explora, a partir da fala de lideranças indígenas e ribeirinhas, os impactos da Hidrelétrica de Belo Monte sobre as populações da Volta Grande do Xingu, misturando espiritualidade, resistência e denúncia social. Dança dos Vagalumes acompanha o retorno de Joana ao assentamento do MST onde cresceu, reconstruindo sua trajetória entre afetos e memórias. Ambas as produções serão reapresentadas na segunda-feira (15), às 14h30, no Sesc 504 Sul, ampliando o acesso do público.

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Prêmo Leila Diniz para Lúcia Murat | Foto: Michelle Moreia

 Homenagem a Lúcia Murat

O Prêmio Leila Diniz, concedido a mulheres que marcaram a história do cinema brasileiro, será entregue à cineasta e pesquisadora Lúcia Murat. Com trajetória iniciada na militância política contra a Ditadura Militar, Murat se tornou referência por registrar e denunciar desigualdades sociais em filmes como “Brava Gente Brasileira” (2000) e “Que bom Te Ver Viva” (1989). Nesta segunda, às 9h, ela apresenta no Cine Brasília seu novo documentário Hora do Recreio, que discute questões da educação brasileira sob o olhar de estudantes, e faz parte da seleção oficial do Festival de Berlim.

 Literatura e cinema

O Festival de Brasília também se consolida como vitrine de lançamentos literários dedicados ao cinema. Às 18h30, na Área de Convivência do Cine Brasília, serão apresentados:

Segunda (15): Imagens de uma Busca de Si, organizado por Márcio Andrade.

Terça (16): Cultura é Poder, de Jandira Feghali.

Quarta (17): MOVI – Mostra Brasiliense de Vídeo Independente, de Moacir Macedo.

Quinta (18): Revista Filme Cultura 65: Cinema mais, o Audiovisual Brasileiro LGBTQIA+, com encontro setorial no Auditório do Cine Brasília.

Último lançamento: Clodo, Climério e Clésio: a Profissão do Sonho, de Dea Barbosa e Severino Francisco, celebrando o trio de irmãos poetas, intelectuais e músicos piauienses radicados em Brasília.

 

Serviço

58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

12 a 20 de setembro de 2025

Cine Brasília, Complexo Cultural de Planaltina, Sesc Gama, Sesc Ceilândia, Sesc Estação 504 Sul, Sesc Setor Comercial Sul, Espaço Cultural Renato Russo e Cine Céu Samambaia

Programação completa: festcinebrasilia.com.br