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Júri ampliou as indicações por categoria

O Bem Amado | Foto: Annelize Tozetto/Divulgação

"Mary Stuart", sob direção de Nelson Baskerville, emergiu como grande destaque da temporada ao conquistar 11 indicações, demonstrando a força de uma produção que impressionou tanto o público quanto a crítica especializada. Logo atrás, "Ficções", solo interpretado por Vera Holtz com direção de Rodrigo Portella, acumulou nove menções, confirmando o sucesso de um espetáculo que já percorreu o mundo com mais de 300 apresentações ao longo de três anos, lotando teatros em diferentes países.

O terceiro lugar no ranking de indicações ficou com "E Vocês, Quem São?", que recebeu sete menções, seguido por dois espetáculos empatados com seis indicações cada: "O Bem Amado", que trouxe Diogo Vilela como protagonista e homenageado da edição, e "Novas Diretrizes em Tempos de Paz", dirigido por Eric Lenate, que fez sua estreia nacional justamente no festival angrense.

A qualidade excepcional desta edição levou o júri a tomar uma decisão inédita em duas categorias fundamentais. Segundo Dirceu Alves Jr., "pela alta qualidade de inúmeras indicações", tanto na categoria Melhor Espetáculo quanto na de Melhor Atriz, o júri decidiu unanimemente ampliar o número de indicações de cinco para seis, demonstrando o nível artístico elevado dos trabalhos apresentados.

Entre os destaques individuais, Osmar Prado recebeu um Prêmio Especial do Júri por sua atuação em "O Veneno do Teatro". Conforme justificativa dos jurados Rogério Freitas e Suzana Nascimento, junto com o presidente Dirceu Alves Jr., a performance representa "uma declaração de amor à profissão que o artista exerce com brilhantismo há mais de seis décadas", reconhecendo não apenas a qualidade da interpretação, mas toda uma trajetória dedicada às artes cênicas.

O festival também serviu como palco para celebrar a carreira de Diogo Vilela, que recebeu homenagem especial pelos seus 55 anos de trajetória teatral ininterrupta. No sábado anterior ao encerramento, a Tenda Enel lotou seus quase mil lugares em todas as sessões para prestigiar "O Bem Amado" e a celebração posterior ao artista que iniciou a carreira aos 12 anos, em 1969, na telenovela "A Ponte dos Suspiros". Ao longo de sua trajetória, Vilela protagonizou marcos como "Ensina-me a Viver" (1981), ao lado da lendária Henriette Morineau, e sucessos teatrais como "Solidão, a Comédia" (1991), "Diário de um Louco" (1995), "Hamlet" (2000) e "Cauby! Cauby!" (2006).

A programação desta edição reuniu nomes consagrados do teatro brasileiro, como Vera Holtz, que apresentou o aclamado "Ficções", José de Abreu com o elogiado "A Baleia", Mel Lisboa trazendo o fenômeno "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical" - espetáculo que acumulou 16 meses de lotação esgotada no Rio de Janeiro e São Paulo -, além de Osmar Prado com "O Veneno do Teatro".