Por: Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Curtindo o podcast adoidado

| Foto: Divulgação

A partir de um bordão consagrado nas redes sociais, o convidativo, "Oi, humanos!", que não faz distinções de gênero, orientações, local ou data, Nizo Neto abre,a cada segunda-feira, um novo episódio de um podcast que vem angariando uma legião de fãs pela precisa habilidade de falar com internautas. "NizoLógico" estreia uma atração nova a cada segunda.

"O conceito do "NizoLógico" não é exatamente um talk show, embora ele tenha esse formato. É apenas um bate-papo", comenta Nizo, ao falar do novo projeto.

Semana a semana, o eterno Seu Pitolomeu da "Escolinha do Professor Raimundo" dos anos 1990 depura seu devir entrevistador, esbanjando segurança. Atualmente, sua voz majestosa garimpa atenções na grade da Netflix com seu trabalho como a voz de Daniel LaRusso, o eterno Karate Kid, vivido por Ralph Macchio na série "Cobra Kai".

Como dublador, Nizo marcou a infância de muita gente como o Presto de "Caverna do Dragão" ou como o impagável Ferris Bueller (Matthew Broderick) em "Curtindo a Vida Adoidado" (1986).

Seu pai, o gênio do humor Chico Anysio (1931-2012), sempre alimentou em Nizo o respeito pela arte de dublar. "Ele era um grande fã e sempre disse que, como escola, a dublagem substituiu o rádio", diz Nizo, que começou a atuar há 52 anos. Era um garotinho de 7 anos na época. No cinema, ele brilhou no filmaço "O Prefeito" (2015), de Bruno Safadi, e em participações em outros longas.


 

'Aperfeiçoei muito e cresci muito as minhas habilidades de ator fazendo dublagem'

Na entrevista a seguir, Nizo Neto, ator, dublador e agora podcaster, compartilha detalhes sobre sua nova peripécia: fazer falar. "A gente tenta arrancar o que há de mais espontâneo neles", explica, referindo-se à relação com os entrevistados que recebe. Na entrevista concedida ao Correio da Manhã, ele fala sobre seu novo programa e antecipa projetos para o próximo ano.

Qual é o conceito que move o "NizoLógico" e o que você busca arrancar de mais precioso dos seus entrevistados?

NIZO NETO: O conceito do "NizoLógico" não é exatamente um talk show, embora ele tenha esse formato. É apenas um bate-papo, tanto que eu sempre aviso: "Olha, gente, sei que vocês se irritam, pois, às vezes, eu chego a falar tanto quanto o convidado, mas aqui é um bate-papo, eu quero contar minhas histórias também". A gente tenta arrancar o que há de mais espontâneo neles. Saber curiosidade de suas vidas particulares, de suas carreiras e transformar num bate-papo gostoso e despretensioso, podendo levar entretenimento e informação para as pessoas.

De que maneira esse seu novo ofício, o de podcaster, amplia seu rol de habilidades? O que há de mais saboroso na arte de entrevistar?

Cara, esse novo ofício é bem desafiador, porque é uma coisa diferente para mim. Na pandemia, eu fiz algumas lives, o que foi meio que um ensaio para isso. Dali, eu me senti realmente seguro de poder encarar uma tarefa como essa e tive um feedback muito positivo também das pessoas que me assistiam. O mais saboroso de entrevistar é você realmente conhecer mais as pessoas. Essa troca é uma coisa muito legal, muito agregadora e uma escola também muito importante. Cada episódio desse é um aprendizado no sentido das informações que as pessoas passam e é um espaço para que eu possa desenvolver mais esse meu novo lado, que eu estou aprendendo. É uma coisa nova para mim.

Como você inclui os dubladores no seu rol de entrevistas e de que forma você avalia o lugar da dublagem na sua carreira? Como anda a dublagem hoje?

Os dubladores são peças muito importantes nessa engrenagem do podcast, porque a atividade faz parte, e muito, do meu mundo. Existe uma legião de fãs muito grande hoje em dia da dublagem. É uma coisa inesperada. Só para citar um exemplo: teve um corte do episódio com o Mauro Ramos, que eu postei no Instagram, que deu mais de 30 mil likes. É uma coisa que até então não tinha acontecido comigo. As pessoas ficam muito felizes de poder ouvir esses bastidores, essas curiosidades da dublagem, que é um segmento que gera muita curiosidade. Falar dessa arte também me tira da zona de conforto. Não quero ficar só no humor. Estou querendo levar gente para entrevistar que me tire dessa zona de conforto. Mas ínsito que a dublagem, na minha vida, foi uma coisa extremamente importante. Primeiro, como escola, pois aperfeiçoei muito e cresci muito as minhas habilidades de ator fazendo dublagem. Isso me trouxe um reconhecimento muito importante. Eu tenho muitos, muitos fãs por conta de dublagem, então eu sou eternamente grato. Artisticamente a dublagem, por ser um segmento tão específico, leva seus artistas para um mundo completamente diferente do mundo do teatro, da TV, do cinema, do stand-up. Sou muito orgulhoso de fazer parte desse time.

Quais são seus planos para a TV e o teatro nos próximos meses? O que podemos esperar da sua carreira para 2024?

Para o ano que vem eu tenho muito stand-up pra fazer. Estou com um show solo chamado "Atrocidades", com o qual eu tenho rodado muitos palcos por aí. Estou também em cartaz com a peça "Nunca Desista de Seus Sonhos", do Augusto Cury. Esse projeto vai fazer agora dois anos em cartaz. Agora em janeiro a gente estreia em final de janeiro, em São Paulo, no Teatro Fernando Torres, no Tatuapé. Em TV, não tenho nada por enquanto. Peguei um agenciamento novo agora e, com ele, provavelmente, muita coisa irá acontecer. Quanto ao "NizoLógico", a ideia é continuar na luta e fazer ele se manter e crescer cada vez mais. A ideia é trazer uma variedade grande de convidados. Estou em parceria com o Plugado Studios, que me dá uma estrutura incrível. Você vê que a qualidade de imagem e de edição é realmente muito top. Minha vida é fazer de tudo um pouco. Eu acho que isso é uma coisa que eu gosto muito na minha carreira: poder ter vários segmentos.

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