Oportunidades para a diversidade
A tradicional premiação das temporadas teatrais de Rio e de São Paulo teve algumas modificações no regulamento. O número mínimo de apresentações para garantir a elegibilidade também mudou: serão 20 para espetáculos que tenham estreado no Rio ou São Paulo, entre 1º de janeiro e 30 de novembro de 2023, não necessariamente consecutivas e nem na mesma praça. O espetáculo pode ter feito temporadas anteriores em outras cidades, mas estará elegível caso tenha estreado no período indicado, no Rio ou São Paulo.
A mudança visa possibilitar a participação de espetáculos de outros estados, que se apresentem em uma das duas cidades. Além disso, vale ressaltar que é imprescindível o número mínimo de 10 apresentações na praça onde o espetáculo for concorrer. Ou seja, são necessárias pelo menos 10 sessões públicas do espetáculo no Rio ou São Paulo, tornando-se assim apto a concorrer na cidade. Esse ano todos os indicados serão divulgados em um só bloco durante o mês de dezembro e o homenageado será apresentado em novembro.
Leandro Santanna ressalta o caráter do momento que o teatro vive no Brasil. "É uma alegria danada ver a cena teatral tão aquecida e pertencer a este momento em múltiplas funções, pois atualmente tenho assistido várias peças que avaliei em editais do ano passado, e tenho um orgulho de estar como Júri do Prêmio Shell que a cada dia se aproxima mais de todas as possibilidades do fazer teatral. Do e-mail institucional aos lugares onde vamos assistir as peças, tudo é conquista da classe."
Com dois corpos de jurados diferentes para Rio de Janeiro e São Paulo - Leandro Santanna (produtor cultural, gestor público e ator), Ana Luisa Lima (professora, produtora e gestora cultural), Biza Vianna (figurinista, diretora de arte e produtora cultural), Patrick Pessoa (professor, dramaturgo e crítico teatral) e Paulo Mattos (curador e produtor cultural) no Rio de Janeiro e por Evaristo Martins de Azevedo (crítico de arte), Ferdinando Martins (professor e crítico de arte), Luiz Amorim (ator, diretor e gestor em produção cultural), Maria Luisa Barsanelli (jornalista) e Luh Maza (dramaturga, diretora, roteirista e atriz) em São Paulo, todo o processo se funda no diálogo e na reunião entre os jurados para que se expresse a força do teatro naquele período.
Biza Vianna destaca a participação no júri. "Participar do Prêmio Shell tem sido um carinho comigo pela minha ligação com o teatro pela vida inteira, mas principalmente um ato político de acompanhar e interferir no tempo, no hoje, através da valorização de ideias, conteúdos e imagens contemporâneas e transformadores."
Como não haverá mais a divisão por semestres os indicados serão no máximo quatro por categoria: Dramaturgia, Direção, Ator, Atriz, Cenário, Figurino, Iluminação, Música, além de Energia Que Vem Da Gente, que premia iniciativas com impacto social positivo e visa reconhecer a criatividade dos artistas e seu impacto positivo no seu entorno e na sociedade brasileira. A cerimônia de premiação acontecerá no primeiro semestre de 2024. O anúncio dos indicados na Categoria Destaque Nacional será feito no início de 2024, para que o júri tenha tempo hábil para assistir a todos os vídeos dos espetáculos inscritos
Ana Luiza Lima destaca as lições assimiladas em seu tempo de comissão julgadora do Shell no Rio. "Ser jurada do Prêmio Shell de Teatro nos últimos seis anos tem sido um enorme aprendizado. Poder assistir o desenvolvimento da cena carioca é um privilégio. Com esse time fomos além do território carioca, atravessamos túneis e vias diversas, uma vez que ampliamos nossos olhares e temos assistido regularmente os espetáculos, contemplando a diversidade de produções. Além de julgar os espetáculos, acredito que estamos possibilitando a construção de pontes, que liguem nossos territórios de forma mais igualitária."
