Por Ana Luiza Rossi
O início da gestão das prefeituras da região Sul Fluminense já está, a menos de um mês, em situações preocupantes. Em Valença, o prefeito Saulo Corrêa informou, por nota oficial, que devido à situação financeira do município, aliada a problemas na gestão de dados da administração anterior, não restou alternativas que não fossem decretar Estado de Calamidade Financeira nesta quinta-feira, dia 16.
A intenção, segundo o prefeito, é reorganizar a situação fiscal da cidade. O decreto foi aprovado, por unanimidade, na Câmara Municipal de Valença, em sessão deliberativa. "O prefeito Saulo Corrêa tem o firme propósito de reerguer nossa cidade sem ficar olhando para o passado e buscando guerras políticas que não constroem. Ele reafirma sua confiança na equipe qualificada que foi montada e, sobretudo, na capacidade empreendedora do povo valenciano", concluiu a nota.
Educação também em crise
No entanto, o município parece estar passando também por uma crise no setor da Educação. No início da semana, pais e responsáveis por alunos da Escola Alcides de Souza organizaram uma passeata pelo não fechamento da unidade, localizada na Estrada da Passagem. Segundo relatos, a prefeitura não teria comunicado previamente o suposto fechamento da unidade e fez a transferência dos alunos sem consultar aos pais e responsáveis.
Aliás, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) de Valença, a Escola Municipal Telsino Pereira também estaria na lista para fechar as portas. Ao menos cinco escolas que servem a comunidade da área rural, de acordo com o sindicato, seriam fechadas por contarem com a modalidade de classes multisseriadas, que atendem a alunos com idades e níveis de conhecimento diferentes.
- Fundada em 1985, a unidade é o polo de encontro e efervescência da localidade do Paraíso. Ali, se formaram centenas de alunos das mais variadas funções e muitos se tornaram quadros da administração pública em Rio das Flores e Valença - defendeu o Sepe, em nota publicada sobre a Escola Municipal Telsino Pereira.
Prefeitura nega fechamento
O Correio Sul Fluminense entrou em contato com assessoria de imprensa da prefeitura de Valença, que esclareceu que não há qualquer intenção de fechar escolas nas comunidades rurais e que, na verdade, tem intenção de encerrar a modalidade multisseriada.
- Uma das medidas adotadas é a extinção das turmas multisseriadas, substituindo esse modelo por classes mais adequadas ao desenvolvimento pedagógico. Essas turmas multisseriadas são turmas que infelizmente ainda existem no município, onde um mesmo professor tem que dar aula, por exemplo, para um aluno de 1a, 2a, 3a e, às vezes, até 4a série. Isso compromete o ensino desse aluno, o aprendizado desse aluno, como é apontado por diversos estudos técnicos produzidos por profissionais na área pedagógica - afirmou a prefeitura.
A nota ressaltou, ainda, que as ações voltadas para a educação da cidade não teriam relação com o Estado de Calamidade Financeira decretado.
