Por:

Angra 2 encerra vigésimo ciclo com 99,4% de disponibilidade

Resultado fica atrás apenas do ciclo 13, em 2016, quando obteve 99,5% | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O vigésimo ciclo de operação da usina nuclear Angra 2, encerrado nesta terça-feira (08), alcançou 99,4% de disponibilidade e decretou o segundo melhor resultado da história do empreendimento, com uma diferença mínima em relação ao primeiro. Com uma taxa de perda próxima de zero, a alta performance ficou atrás apenas do ciclo 13, em 2016, quando obteve 99,5% de fator de capacidade.

O resultado da segunda usina nuclear brasileira, localizada em Angra dos Reis, na região da Costa Verde Fluminense, cumpre o compromisso de entregar energia de base para o sistema elétrico nacional - sem depender de fatores naturais - 24 horas horas por dia, sete dias por semana e 365 dias por ano.

Um ciclo de operação de uma usina nuclear é o tempo total entre as paradas para recarregamento e troca dos elementos combustíveis. Em Angra 2, o ciclo dura aproximadamente 365 dias se a usina operar com 100% de potência (1.350 megawatts) durante todo período. O fator de capacidade, por outro lado, representa a energia elétrica líquida realmente entregue ao Sistema Interligado Nacional (SIN) dividida pela potência da unidade. Ou seja, como o resultado consolidado terminou em 99,4%, é como se Angra 2 tivesse entregado cerca de 1.340 MWh, 24h por dia, durante todo o ciclo. Além do comprometimento dos profissionais capacitados da Eletronuclear, o excelente resultado se deve também ao processo de confiabilidade de equipamentos implementado por Angra 2 em 2017.

O alto rendimento alcançado por Angra 2 reforça a importância da conclusão de Angra 3, que será uma “irmã gêmea” da segunda usina nuclear brasileira. Com uma potência ainda maior, de 1.405 MWh, o empreendimento tem um progresso físico global de 66% e aguarda a decisão do Conselho Nacional de Política Energética sobre a retomada das obras.

Em setembro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entregou à Eletronuclear os estudos de viabilidade técnica, econômica e jurídica do projeto, desenvolvido de maneira independente, imparcial e aprofundado pela instituição. Entre os principais dados apontados pelo estudo desenvolvido pelo BNDES, destaca-se a tarifa proposta, estimada em R$653,31 por MWh e os custos similares de finalização e desistência do projeto - R$23 bilhões para concluir e R$21 bilhões para abandonar.