Sônia Paes
A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) pode assumir a liderança do mercado de cimentos no país, caso venha a concretizar a compra da InterCement, cimenteira fundada pelo antigo grupo Camargo Corrêa, em 1967. Nesta quinta-feira, dia 02, a CSN anunciou exclusividade nas negociações para a compra da empresa.
No comunicado enviado ao mercado financeiro, a empresa de Benjamin Steinbruch informa que ainda não foram feitos acordos vinculantes que gerem obrigações ou compromissos para a realização da venda. O prazo do contrato de exclusividade termina em 17 de julho. A intenção de Steinbruch e, após o negócio ser fechado, listar as ações da cimenteira na Bolsa de Valores, como já ocorre com a própria CSN e a CSN Mineração.
Segunda maior do país
Com ativos na Argentina, a InterCement é controlada pela holding Mover Participações ex-Camargo Corrêa. A troca do nome ocorreu no auge da Lava Jato, em 2016, que tinha como um dos alvos a empresa. A InterCement é a segunda maior do setor do Brasil e busca a venda das operações devido ao vencimento do pagamento de um empréstimo de US$ 549 milhões (R$ 2,8 bilhões), previsto para este mês.
A empresa está às voltas com sua dívida e chegou a contratar, no ano passado, assessores jurídicos e financeiros para ajudar a sanear a empresa. Especialistas, entrentanto, afirmam que os acionistas demoraram a perceber o tamanho da crise, o que teria inviavalizado qualquer tentativa de recuperação.
Ainda em 2023, a empresa desfez de seus ativos no Egito, África do Sul e Moçambique, que foram transferidos para a chinesa Huaxin Cement.
Líder no mercado
Depois de bater o martelo, a CSN Cimentos elevaria sua capacidade estática de 17 milhões toneladas anuais para 34 milhões de toneladas. Nesse cenário, tiraria a Votorantin, também no páreo para a compra da InterCement, de sua liderança.
A cimenteira tem 15 fábricas, centrais de concreto e tem participações em três hidrelétricas. No país vizinho, Argentina, tem nove fábricas ao todo Tem ainda atividades de concreto e uma ferrovia, sob a gestão da Loma Negra, líder do mercado local com cerca de 45%.
A italiana Buzzi Unicem, que é controladora da Brennand, e com o grupo Polimix, de concreto, que é dono da Cimento Mizu, também estão na briga pela compra da InterCement.