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INB terá investimentos de R$ 70 bilhões em 15 anos

Adauto Seixas afirma que intenção é firmar o Brasil como player do setor nuclear | Foto: Divulgação/INB

O presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Adauto Seixas, anunciou durante a conferência Nuclear Summit, no Rio, realizado pela ABDAN (Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares), a criação da Superintendência de Novos Negócios e Minerais Estratégicos da estatal.

A abertura do evento ocorreu na segunda-feira, dia 08, com representantes da indústria nuclear do Brasil e do exterior. A tônica dos discursos que inauguraram a conferência, encerrada nesta terça-feira, dia 09, girou em torno nas grandes oportunidades existentes no setor, sem também ignorar os grandes desafios que ainda travam e imobilizam o desenvolvimento do segmento nuclear no país.

Durante o painel "O ciclo do combustível nuclear", Adauto Seixas explicou que a criação da Superintendência é uma iniciativa alinhada ao planejamento estratégico do Ministério de Minas e Energia, que busca firmar o Brasil como player do setor nuclear no mercado internacional.

Investimentos
para 15 anos

Ainda segundo o presidente da INB, a estatal preparou um pacote de projetos onde espera captar cerca de R$ 70 bilhões para a empresa em 15 anos.

"A ideia é lançar, até o final de abril, quatro ações voltadas a novos negócios. A primeira será a Oferta Pública da Unidade em Descomissionamento de Buena, no município de São Francisco de Itabapoana, no estado do Rio de Janeiro, com a proposta de conceder por 30 anos a unidade, que atuava na comercialização de minerais como ilmenita, zirconita, rutilo e monazita. A INB também fará sua primeira Proposta de Manifestação de Interesse, a PMI da Mina de Figueira, no Paraná, onde existem reservas de carvão, molibdênio e urânio. A terceira proposta de novo negócio é a PMI da Mina de Rio Cristalino, no Pará, onde existem reservas de Urânio de alto valor agregado. Para finalizar a primeira etapa do planejamento da nova Superintendência, a INB lançará o edital para venda de Torta II, que é o resíduo da extração de areia monazítica, que possui minerais agregados", detalhou Adauto Seixas.

Principais setores

Aproveitando a ocasião do evento, que reuniu os principais atores do setor nuclear brasileiro e representantes das mais importantes multinacionais do segmento, Adauto Seixas apresentou o cenário atual do setor nuclear Brasileiro e da extração e produção de urânio no país.

Neste contexto, o presidente apresentou dados do projeto da mina de Santa Quitéria, no Ceará, que é uma parceria da INB com a Galvani - empresa produtora de fertilizantes fosfatados - para a implantação de um projeto conjunto de mineração. O objetivo da parceria é explorar o urânio e o fosfato, encontrados de forma associada na jazida de Itataia.

De acordo com Seixas, o fosfato é predominante, com reservas estimadas de 8,9 milhões de toneladas. Já as reservas de urânio são de 80 mil toneladas.

"A previsão é que sejam produzidas anualmente pelo Consórcio Santa Quitéria 1.050.000 toneladas de fertilizantes fosfatados e 2.300 toneladas de concentrado de urânio", anunciou presidente Adauto Seixas.