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Aluguel solidário: Morador de Volta Redonda cria banco de cadeira de rodas

Cesinha já conseguiu atender milhares de moradores | Foto: CSF

Ana Luiza Rossi

Em um gesto de solidariedade e empatia, o comerciante Cesar Monteiro, mais conhecido como Cesinha no bairro Aero Clube, em Volta Redonda, iniciou sozinho um estoque com milhares de equipamentos de auxílio hospitalar, como cadeiras de rodas, muletas, camas de banhos e outros itens. Hoje, após 14 anos desde o início de seu banco, já conseguiu atender milhares de moradores.

Em meados de 2010, Cesinha adquiriu uma cadeira de rodas e outros itens para auxiliar o pai que havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Como seu pai veio a falecer, o comerciante decidiu emprestar a cadeira para outras pessoas, inicialmente, de forma gratuita.

Com o aumento da demanda e o reconhecimento da importância de seu trabalho, Cesinha começou a receber doações e começou a adquirir outros equipamentos para reforma e manutenção. Dessa forma, o grupo "Banco de Cadeira de Rodas de Volta Redonda - Cesinha do Aero" foi fundado, abrangendo praticamente toda a região Sul Fluminense.

O impacto do trabalho voluntário rendeu até mesmo shows beneficentes. Cesinha conta que, em parceria com uma fábrica no Rio de Janeiro, conseguia trazer artistas para se apresentarem no Clube Umuarama, na Vila Santa Cecília, para angariar fundos para novos equipamentos. Em um desses eventos, conseguiu levantar cerca de R$10 mil que foram revertidos para a compra de novas cadeiras de rodas.

Seus vizinhos reconhecem seu trabalho, como é o caso da enfermeira Venúsia de Oliveira. Ela fez uso da cadeira de banho e de rodas para ajudar no processo de recuperação da mãe, operada do quadril, que durou 40 dias. A mãe de Venúsia já conhecia Cesinha, mas ela também teve ótimas referências quando operou seu joelho e precisou alugar um par de muletas. "São equipamentos de qualidade e ele ainda cobra um preço simbólico. É um trabalho necessário", disse.

Outra vizinha, Érica dos Santos, também utilizou os equipamentos quando seu pai passou por um problema de vesícula. Por conhecer o trabalho de Cesinha, não pensou em outra pessoa para locar os equipamentos. "É um trabalho muito importante e pouco divulgado. Muita gente não conhece e eu sempre falo dele, por eu conhecê-lo", disse.

Equipamentos não devolvidos

No entanto, Cesinha relata que muitas pessoas passaram a não devolver os equipamentos e até mesmo vender. "Tenho fichas que somam mais de 18 mil cadeiras perdidas entre cadeira de rodas, de banho, cama de hospital, muletas, papagaio, comadres, suportes de soro, escadinhas, porque pegam, mas não devolvem. E quem sofre, é quem precisa".

Apesar dos obstáculos, Cesinha continua sua missão. Ele agora cobra um valor simbólico pelo aluguel dos equipamentos, para sustentar as operações e assegurar a manutenção dos itens. "Minha parte é ajudar, porque não ganho nada com isso. Não tem coisa melhor na vida do que ver alguém se recuperar", afirma.

Para doar equipamentos ou alugar, entre em contato com Cesinha pelo telefone (24)3346-9142 ou visite seu bar, localizado na Rua Pedro Lima Mendes, nº 390, no Aero Clube.

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