Por: Sonia Paes - SF

Grupo usava empresa de 'fachada' para fraudar contratos na pandemia

Pedro Paulo, delegado da PF, fala sobre investigações | Foto: Reprodução

O delegado da delegacia da Polícia Federal de Volta Redonda, Pedro Paulo Simão da Rocha, afirmou que uma empresa de "fachada" foi usada para a montagem do Hospital de Campanha, no Estádio Raulino de Oliveira, durante a pandemia, em 2020. O policial explicou que a empresa tinha toda a documentação jurídica, mas nao tinha capacidade técnica para executar os trabalhos de montagem do hospital.

Além disso, o sócio majoritário da empresa, conforme mostra a documentação, não tinha o capital necessário para manter o negócio, que não tinha sequer empregado. As informações foram dadas pelo delegado nesta terça-feira, dia 26, após a deflagraçã da Operação Vírus, deflagrada para combater supostas fraudes na Saúde cometidas em 2020.

 

Sem licitação


Segundo a PF, a investigação começou ainda em 2020, com base em uma denúncia anônima. Os policiais encontraram indícios de irregularidades em um processo de dispensa de licitação relativo à contratação de serviços para instalação de equipamentos em um hospital de campanha montado para atender pacientes com covid-19, no valor de R$ 1,6 milhão.

A investigação da PF constatou, ainda, que houve superfaturamento na contratação dos serviços, irregularidades na apresentação de documentos, direcionamento do objeto a ser contratado, uso de empresas de fachada e conluio entre empresas, agentes políticos e servidores públicos.

A Polícia Federal informou, no Rio de Janeiro, que, além dos crimes licitatórios, os investigados poderão responder por associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

Mandados 

Cerca de 40 policiais federais cumpriram 10 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e escritórios ligados aos envolvidos no suposto esquema criminoso, nos municípios de Volta Redonda, Rio de Janeiro, Rio Claro, Pinheiral, Barra do Piraí e Paraíba do Sul. Os mandados judiciais em questão foram expedidos pela 2ª Vara Federal de Volta Redonda. Não foram divulgados os nomes dos envolvidos, nem os endereços onde os mandados foram cumpridos. O sigilo é adotado para não atrapalhar as investigações.

A intenção da PF é desarticular o grupo criminoso investigado e encontrar novos elementos de prova indispensáveis ao completo esclarecimento dos fatos. Além dos crimes licitatórios, os investigados poderão responder por associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, cujas penas variam de 2 a 12 anos de reclusão.

As investigações foram iniciadas em 2020, a partir de uma denúncia anônima que relatou irregularidades no processo de dispensa de licitações relativo à contratação de serviços para instalação de equipamentos no hospital de campanha montado em Volta Redonda, para o tratamento de pacientes infectados pela Covid-19.

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