Por: Sonia Paes - SF

Ex-prefeito Samuca diz que não é alvo de operação da PF

PF investiga contratações em Hospital de Campanha de Volta Redonda na pandemia | Foto: Evandro Freitas/PMVR

O ex-prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, descartou nesta terça-feira, dia 26, qualquer ligação com  a ação da Polícia Federal que apura fraudes que teriam sido cometidas durante a pandemia. Ele esclareceu que não é alvo da operação e  que não tem qualquer relação com os fatos investigados, "colaborando em todos os sentidos para elucidação do caso e que sejam punidos os responsáveis". Samuca ressaltou ainda que "sempre denunciou e combateu a corrupção durante seu governo".

A Prefeitura de Volta Redonda também divulgou nota na manhã desta terça-feira, dia 26, informando que a operação é referente às ações da gestão anterior, com fatos ocorridos em 2020, tendo como alvo o Hospital de Campanha, montado no Estádio Raulino de Oliveira, no bairro Aterrado, e desmontado no mesmo ano.

"A atual gestão assumiu em 2021 e não tem qualquer relação com os fatos investigados, colaborando em todos os sentidos para elucidação do caso", diz a nota.

Entenda o caso

Na manhã desta terça-feira, 26, a Polícia Federal, com apoio da Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou a Operação Vírus com o objetivo de apurar irregularidades cometidas na contratação de serviços de caráter emergencial, pela Prefeitura de Volta Redonda, durante a pandemia da Covid-19.

Cerca de 40 policiais federais cumprem 10 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e escritórios ligados aos envolvidos no suposto esquema criminoso, nos municípios de Volta Redonda, Rio de Janeiro, Rio Claro, Pinheiral, Barra do Piraí e Paraíba do Sul. Os mandados judiciais em questão foram expedidos pela 2ª Vara Federal de Volta Redonda e os nomes não foram divulgados ainda porque os mandados ainda estão sendo cumpridos.

As investigações foram iniciadas em 2020, a partir de uma denúncia anônima que relatou irregularidades no processo de dispensa de licitações relativo à contratação de serviços para instalação de equipamentos no hospital de campanha montado em Volta Redonda, para o tratamento de pacientes infectados pela Covid-19.

As apurações indicaram desvios de verbas públicas relativas a um contrato de R$ 1,6 milhão, além de revelar indícios acerca de outras irregularidades nas contratações em questão. Dentre as fraudes investigadas, é possível destacar o superfaturamento na contratação dos referidos serviços; irregularidades na apresentação de documentos; direcionamento do objeto a ser contratado; conluio entre empresas, agentes políticos e servidores do município; empresas de fachada, entre outras.

Com a deflagração de hoje, os policiais federais buscam desarticular o grupo criminoso investigado e encontrar novos elementos de prova indispensáveis ao completo esclarecimento dos fatos.

Além dos crimes licitatórios, os investigados poderão responder por associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, cujas penas variam de 2 a 12 anos de reclusão.

 

 

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