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Dengue: Drogarias com estoque baixo de repelentes

Farmácias já estão sem estoque; entidade afirma que fornecimento será normalizado | Foto: Arthur Ramos/CSF

Por Ana Luiza Rossi

Após cidades da região Sul Fluminense decretarem emergência devido a incidência de casos de dengue, a procura por repelentes aumentou significativamente e já com falta do cosmético nas farmácias. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), a demanda está acima da que foi prevista pelos fabricantes, que estão se adequando para normalizar o fornecimento nas próximas semanas.

Com a alta dos casos, o uso de repelentes se torna um aliado na prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor não apenas da dengue, mas também do vírus Zika e da febre Chikungunya, segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF). No entanto, com a demanda, as farmácias estão com poucas opções e em alguns casos, sem estoque.

Valores

Uma pesquisa realizada em três farmácias de Volta Redonda revelou uma discrepância nos preços dos repelentes. O produto mais barato encontrado custava R$14,90, enquanto o mais caro estava marcado a R$72,90. Em uma das farmácias visitadas, apenas uma opção estava disponível por R$24,99 devido ao esgotamento do estoque, enquanto outra enfrentava falta de mercadoria, sendo reabastecida apenas na última quarta-feira (13).

Orientações

Entretanto, é necessário observar cada tipo de repelente. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece restrições específicas para o uso de repelentes em crianças, proibindo o uso de produtos que contenham DEET em menores de 2 anos e limitando sua concentração em crianças de 2 a 12 anos.

Isso acontece porque, a concentração desses repelentes pode causar irritações na pele das crianças, que é mais sensível, como explica a dermatologia Tereza Elisa Ferreira. "Em crianças, a recomendação do uso seguro do repelente é somente a partir dos seis meses. Porém, se o contato com mosquitos for inevitável, pode-se utilizar a partir dos três meses, no máximo uma vez ao dia", explica.

Para isso, recomenda-se evitar o uso de repelentes em crianças menores de 3 meses; de 3 a 6 meses, optar por produtos à base de icaridina 10%; e dos 6 meses a 2 anos, é permitido icaridina 20%. Já a partir de dois anos, pode utilizar repelentes à base de DEET, Icaridina e IR3535. O adulto deve primeiro passar o repelente, de preferência de loção, primeiro em suas mãos e depois na criança.

Ainda, a dermatologista alerta para a falta de comprovação científica da eficácia de repelentes caseiros ou naturais. "Precisa haver muito cuidado porque a maioria desses repelentes naturais são feitos a partir de óleos extraídos de plantas, como citronela, eucalipto, óleo de cravo e lavanda. Essas soluções caseiras normalmente combinam esses ingredientes sozinhos ou diluídos com álcool e podem acabar gerando dermatites ou outras reações dermatológicas", afirma. Para isso, a médica indica optar por produtos testados e comercializados em farmácia ou, para quem prefere ir pelos caminhos naturais da prevenção, utilizar difusores de ambiente ou velas de citronela, que ajudam a criar uma área maior de proteção.

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