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Motoristas de aplicativo da região reagem a PL que regulariza categoria

Medida garante horário fixo de trabalho e salário mínimo | Foto: Lanna Silveira

Por Lanna Silveira*

O anúncio do Projeto de Lei que regulamenta o trabalho de motoristas por aplicativo, enviado para aprovação no Congresso pelo presidente Lula, repercutiu entre os motoristas de aplicativo de todo o país - inclusive, na região Sul Fluminense - e dividiu opiniões entre a categoria.

O condutor Cristiano Barcelos, que trabalha em Pinheiral, comemora que a necessidade de se garantir direitos ao trabalhador esteja sendo reconhecida. O motorista afirma que as mudanças previstas terão impacto positivo na vida financeira da categoria e minimizarão alguns problemas enfrentados em sua rotina.

"O aplicativo hoje não ajuda o motorista em quase nada. A manutenção de carro, por exemplo, fica por nossa conta. Se o motorista não juntar dinheiro constantemente para isso, vai acabar ficando na mão" comenta Cristiano, mencionando uma das medidas do projeto, que propõe a remuneração adicional de R$ 24,07 por hora para cobrir custos com celular, combustível, manutenção do veículo, seguro, impostos e outras despesas.

O motorista André Luís, que também atua em Pinheiral, é outro trabalhador que acredita nas vantagens que o projeto de podem oferecer à categoria. O condutor aponta que, com as medidas, será possível receber um complemento no salário podendo trabalhar em uma carga horária menor.

Apesar do avanço, André acredita que ainda existam direitos a serem conquistados para os motoristas de aplicativo, citando como exemplo a regulamentação municipal com regras de concessão para o funcionamento de aplicativos e a exigência de contratação de seguro de acidentes pessoais, que seria pago pela empresa de aplicativo.

Já Alex Maciel, motorista de Volta Redonda, não acredita que a nova política de remuneração será vantajosa para sua renda mensal. O estabelecimento de um turno fixo de trabalho também o desagradou. "Não acho viável porque, atualmente, eu faço o meu horário. Se eu quiser trabalhar mais de 12 horas por dia eu trabalho, se eu quiser tirar uma folga no outro dia eu posso", apontou.

Parte da categoria excluída

Devido a impasses na negociação entre os aplicativos de entrega e o governo federal, os motoristas que trabalham para empresas como iFood não serão contemplados pelo projeto de lei.

Os entregadores da região já demonstraram insatisfação com suas condições de trabalho anteriormente - no fim de fevereiro, trabalhadores do iFood de Volta Redonda e Barra Mansa fizeram uma paralisação para reivindicar direitos. Os pedidos da categoria incluíram melhores taxas de cobrança, rapidez dos estabelecimentos no preparo do pedido, criação de pontos de apoio e transparência sobre os ganhos e quilômetros rodados e outras questões.

Durante o ato, os manifestantes também reclamaram sobre a falta de representação sindical da categoria na região, ressaltando que não há a quem recorrer mediante às condições arriscadas de trabalho que enfrentam e das políticas do aplicativo.

Estagiária*

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