Por Lanna Silveira*
A paralisação de quase dois anos do Serviço de Pronto Atendimento do Conforto, conhecido popularmente como Cais do Conforto, continua sendo alvo de reclamações de moradores do bairro e de áreas próximas.
O espaço foi fechado em julho de 2022 para a realização de obras em sua estrutura. A previsão inicial de duração das reformas era de dez meses; entretanto, a obra foi interrompida pela necessidade de fazer algumas alterações no projeto original. Segundo informações da Prefeitura, as mudanças aumentaram o custo da obra em quase 50%, causando problemas burocráticos e financeiros que afetaram a continuidade do processo.
Em agosto de 2023, foi divulgado que o serviço estava em fase final e seria entregue em outubro do mesmo ano. Entretanto, houve um novo atraso, que não foi justificado pelas entidades responsáveis.
Em abril, se completará um ano de atraso da previsão inicial de entrega das obras, e o prazo de conclusão ainda não foi divulgado. Ao ser questionado sobre o assunto durante uma entrevista no Programa Dário de Paula, no dia 9 de fevereiro, o prefeito Antônio Francisco Neto disse que cobraria um parecer da empresa responsável pelo projeto no mesmo dia. Até o momento, nenhum comunicado referente a um possível fim da reforma foi emitido pelo poder municipal.
O Correio Sul Fluminense entrou em contato com a Prefeitura de Volta Redonda para perguntar sobre o atual motivo do atraso das obras. Também foi questionado se existe um prazo de entrega do serviço, qual é a prioridade da conclusão do projeto para o poder público e se a Prefeitura mantém comunicação com os moradores do Conforto sobre o assunto. Não houve retorno até o fechamento desta edição.
Revolta geral
O atraso das obras e a paralisação das atividades do Cais do Conforto são alvos constantes de reclamações da população, repercutindo constantemente nas redes sociais. A página oficial do local no Facebook contém apenas questionamentos de moradores e políticos sobre o andamento do projeto.
Na última quarta-feira (14), o perfil VR Abandonada postou um vídeo no Instagram comemorando o "aniversário" de dois anos do início do projeto. O administrador da página, Alexandre Fonseca, ironiza o atraso das obras cantando parabéns em frente ao Cais.
"A obra em si ainda não completou 2 anos, mas seu processo de licitação começou em 2021", esclarece o administrador. "Esse é mais um esforço para chamar atenção ao problema, não só dessa obra, mas da falta de capacidade operacional de toda a prefeitura na gestão do município", conclui.
Inconveniência
A falta de opção de utilizar o Cais afeta a rotina de quem mora no Conforto e arredores e precisa de atendimento médico imediato. Um morador do bairro, que preferiu não se identificar, utilizava o serviço para vacinação e exames e afirma que o local era referência em atendimento de qualidade, sendo uma alternativa "excelente", em suas palavras, para os residentes locais. "Sua ausência prejudica toda a comunidade que reside no entorno do Cais, especialmente os idosos. Essa manutenção resultou em desperdício de recursos e sua incapacidade de operar até hoje é um desapontamento para os moradores, incluindo eu", enfatiza.
Bairros próximos ao Conforto também foram prejudicados pela paralisação do serviço. Um morador do Eucaliptal, que também não quis se identificar, reforça que toda a população ao entorno do Cais utilizava o atendimento. Atualmente, os usuários precisam recorrer ao Hospital São Joao Batista ou aos Cais Aterrado ou Retiro. O morador acredita que a demora das obras seja motivada para poupar gastos da gestão municipal, já que o local era mantido por recursos públicos.
Estagiária