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CSN e Sindicato vão iniciar negociação do turno hoje

CSN tenta melhorar sua imagem afirmando que parte de sua produção é de "Aço Verde" | Foto: Roberta Caulo

A direção do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense bateu à porta da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) para tentar negociar o acordo do turno dos trabalhadores da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, marco da industrialização no país. O presidente da entidade Edimar Miguel protocolou na segunda-feira, dia 13, o ofício para dar início à negociação e a empresa marcou a primeira reunião para o próximo dia 16.

O prazo final para o acordo ser fechado é no próximo dia 30 de novembro de 2023. O sindicato defende o turno de 6 horas. "Estamos com o prazo na reta final e até o momento como a CSN não havia se manifestado, então, a pedido de muitos trabalhadores e trabalhadoras, o sindicato tomou a iniciativa e protocolou um ofício chamando a empresa para conversar", explicou o sindicalista, e completou:

-Nossa posição para o turno ininterrupto de revezamento é pela jornada de 6 horas. Não vamos permitir mais perdas financeiras, de saúde e de vida dos metalúrgicos, porém iremos respeitar a vontade dos homens e mulheres de aço que decidirá em assembleia.

Negociações difíceis

O presidente do sindicato tem um árduo caminho a trilhar que pode não resultar a lugar nenhum. É que a CSN vem negociando a questão do turno com outros trabalhadores do grupo e mantendo o turno de revezamento de 8 horas. Foi assim na CSN Porto Real, a antiga Galvasud, um dos braços do grupo comandado por Benjamin Steinbruch. Manteve o atual turno e, para isso, fez o acordo com a Federação dos Metalúrgicos do Estado do Rio. Concedeu um abono de R$ 5 mil pela aprovação da carga horária.

A empresa, segundo fontes ouvidas pelo Correio Sul Fluminense, é contra o turno de seis horas proposto pelo sindicato e não pretende nem ao menos negociar. Pelo contrário: deve fazer a contraproposta do turno fixo de 8 horas, caso os empregados continuem na briga ao lado do sindicato.

Além disso, a empresa deve oferecer um abono para os operários aceitarem a manutenção do acordo, uma prática comum na Siderúrgica desde que foi privatizada. Com a ameaça do turno fixo e a possível concessão do abono, será quase uma missão impossível para Edimar avançar nas negociações.

 

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