A Eletronuclear anunciou ontem que recorrerá da decisão na Justiça que paralisou novamente Angra 3. A 2ª Vara Cível da Comarca de Angra dos Reis revogou a liminar obtida pela empresa que autorizava a retomada das obras da usina. A companhia recorrerá também administrativamente junto à Prefeitura de Angra.
A empresa e a Prefeitura de Angra travam uma briga na Justiça desde o início do ano. Em maio, a Eletronuclear foi autuada pelo governo municipal, que chegou a embargar a obra. Em junho, a companhia e a prefeitura chegaram a um acordo sobre o pagamento de uma dívida de cerca de R$ 264 milhões pela cessão do terreno da usina, motivo pelo qual o município parou a obra.
O acordo foi feito durante uma reunião na Câmara de Angra. Mas independente do acordo, a Eletronuclear já tinha uma liminar, derrubada ontem, que garantia a continuidade da obra. Agora, a empresa irá recorrer novamente.
Incremento na economia
O empreendimento representará a criação de cerca de 7 mil empregos diretos, no pico da obra, além de um número muito maior de empregos indiretos. A grande maioria será contratada na Costa Verde, o que será um importante fator para movimentar a economia da região.
Só para se ter uma ideia do empreendimento, a geração da planta será suficiente para atender 4,5 milhões de pessoas. Com a entrada de Angra 3 em operação, a energia gerada pela central nuclear será equivalente a, aproximadamente, 60% do consumo do estado do Rio e 3% do consumo do Brasil.
A usina também vai diversificar a matriz elétrica e reduzir os custos totais do Sistema Interligado Nacional (SIN), na medida em que substituirá a energia mais cara de térmicas que é frequentemente despachada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).