Por Ana Luiza Rossi e
Lanna Silveira
Em uma reunião marcada por conflitos, representantes da Prefeitura de Volta Redonda, do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana (Comutran) e do Sindpass (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Barra Mansa e Volta Redonda) discutiram sobre um possível aumento nas passagens de ônibus do município, na terça (5). A reunião aconteceu no auditório da prefeitura e teve quase três horas de duração.
O gerente operacional da Viação Elite, Lucas Arantes, que compareceu como representante do Sindpass, apresentou uma planilha com todos os orçamentos e prejuízos de todas as empresas de transporte da cidade. O objetivo foi demonstrar, por meio de dados, a dificuldade das empresas em oferecer um serviço de qualidade com o orçamento disponível. O novo valor de passagem proposto na reunião foi de R$ 5,50, contra os atuais R$ 4,20.
O último reajuste da tarifa foi dado pelo prefeito Antonio Francisco Neto, em 23 de maio de 2021, por meio de decreto. O preço foi de R$ 3,80 para R$ 4,20. Antes de Neto autorizar os 10,52% de reajuste, o preço das passagens estava congelado desde 2017.
Rejeição coletiva
O momento de deliberação da audiência foi marcado por conflitos e discursos exaltados. Apesar de seu atraso de mais de 30 minutos, o secretário de Transporte e Mobilidade Urbana (STMU), Paulo Barenco, propôs um limite de tempo às perguntas dos demais participantes. Todos os moradores que se propuseram a falar na audiência se posicionaram contra o reajuste das tarifas, apresentando contrapropostas e questionamentos ao secretário e aos representantes das empresas de ônibus. Alexandre Fonseca, que faz parte do Comutran, ressaltou que nenhuma das empresas tem o direito de operar na cidade devido à falta de um contrato de licitação, o que deveria estar sendo discutida a implementação de um sistema de transporte público que seja mais eficiente à população.
Leandro Pereira, também da Comutran, argumentou que o aumento da passagem poderia incentivar a fuga dos passageiros a meios de transporte alternativos, diminuindo ainda mais a demanda pelos ônibus.
Discussão acalorada
O clima da audiência, que já era tenso, piorou quando um dos participantes resolveu falar diretamente com Barenco sobre o funcionamento dos aplicativos de localização dos ônibus. O secretário não gostou de ter sido chamado de "meu bem" pelo morador, e quase exigiu que ele se retirasse da audiência como consequência. "Se não me tratar com respeito, o assunto está encerrado", sacramentou Barenco. Lucas Almeidas, do Conselho da Juventude, rebateu e o chamou de "secretário". "Vou usar os termos certos", resumiu.
O vereador Raone Ferreira também participou do encontro. Aliás, foi o único a comparecer. Raone também rebateu ass declarações de Barenco, e foi outro a tirar o secretário do sério. O assunto será discutido novamente, mas a data da próxima reunião ainda não está definida.
