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Depósito de escória em Volta Redonda é vistoriado

Jari e representantes de órgãos ambientais visitam pátio de escória da CSN | Foto: Divulgação

O deputado estadual Jari Oliveira (PSB) esteve no pátio de escória da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), administrado pela empresa Harsco Metals, que opera o beneficiamento do resíduo, no bairro Brasilândia, em Volta Redonda. O parlamentar acompanhou a vistoria, deliberada pela Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), da qual é presidente, na manhã desta segunda-feira, dia 22.

Durante a visita, o deputado estava acompanhado pelo presidente do INEA (Instituto Estadual do Ambiente), Philipe Campello; da gerente de Licenciamento Industrial do órgão, Ana Carolina Bellot; do gerente de Meio Ambiente da CSN, Aldo Santana; do supervisor de Operação da Harsco, Zacarelli Lima; e da analista Ambiental da Harsco, Isabel Pereira.

"Ampliar a luta pelo meio ambiente é um compromisso assumido desde que fui eleito presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj e o pátio de escória da CSN é uma preocupação. O local fica às margens do Rio Paraíba do Sul e ao lado da BR-393 e de bairros de Volta Redonda. É importante fiscalizar o impacto que o depósito provoca na qualidade do ar e cobrar ações previstas no TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado pela CSN", afirmou Jari.

"O que vimos hoje, no local, foi o início de uma desmobilização das pilhas de escória mais próximas ao Rio Paraíba do Sul, mas ainda em um ritmo lento em função da complexidade e do porte do problema ambiental que a CSN deixou acumular. Vamos continuar acompanhando essa questão que tanto impacta a população de Volta Redonda e região" disse o deputado agradecendo a presença do INEA nesta fiscalização.

Luta antiga

Em janeiro de 2022, durante o primeiro mandato na Alerj, o deputado esteve no pátio de escória da CSN com a Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Casa.

Mas a luta de Jari em defesa do meio ambiente vem desde a Câmara de Vereadores de Volta Redonda. Em 2020, Jari atuou na Comissão Ambiental da Casa, que fez denúncia ao Ministério Público sobre o mesmo pátio de escória.

Audiência Pública

Aliás, a montanha de escória da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), em Volta Redonda, localizada a poucos metros do Rio Paraíba do Sul, será tema de uma audiência pública que deverá ser promovida pelo MPF (Ministério Público Federal.

No último dia 05 de maio, o MEP (Movimento pela Ética na Política) divulgou que a data da audiência será divulgada ainda nesse semestre. A intenção é discutir também problemas causados pela poluição atmosférica emitida pela empresa que causa danos à cidade.

Velho problema

O problema do depósito de escória da CSN se arrasta há pelo menos 8 anos, sem que uma solução efetiva seja tomada. O material é depositado em uma área do Brasilândia e prejudica outros bairros que ficam no entorno.

A reportagem ouviu moradores do bairro. As queixas vão desde problemas respiratórios até o pó que precisa ser removido das residências e comércio diariamente.

Maurineia Gonçalves, de 75 anos, moradora do Brasilândia, disse que sempre tem crise alérgica e tem problemas de irritação na visão por causa do pó.

"Eu já moro aqui há mais ou menos 47 anos e essa poluição está cada dia pior e como esse bairro tem muito idoso a gente tem sofrido muito", disse.

E mais: os moradores afirmam também que já fizeram com a CSN há algum tempo e não teve nenhuma resposta.

Sem resultado

A associação de moradores da Brasilândia se reuniu alguns anos atrás e fez um abaixo-assinado sobre o assunto, mas sem sucesso", comentou Maurineia.

João Pedro Barbosa, de 22 anos, é outro que tem queixas: "Essa poluição deixa o bairro muito mais empoeirado", disse.

Sobras do aço

A escória é um subproduto da indústria siderúrgica e envolve sobras da produção de aço dos altos fornos e das aciarias em usina da CSN. Elas são usadas na fabricação de cimento, pavimentação de ruas e apoio de vias férreas. A gestão do material é feito pela multinacional Harsco Metals, contratada pela CSN.

Promessa do TAC

Em 09 de maio, o secretário de Meio Ambiente do estado, Tiago Pampolha, anunciou que a CSN recebeu a licença ambiental para a implantação de equipamentos na Usina Presidente Vargas que visam reduzir a poluição em Volta Redonda.

A informação foi dada durante reunião com o deputado estadual Munir Neto, irmão do prefeito de Volta Redonda, Francisco Neto.

"Nos encontramos com o governador interino para falar de importantes questões ambientais da Região Sul Fluminense e tivemos ótimas notícias que abrem perspectivas de uma progressiva e constante redução do nível de poluição em Volta Redonda e cidades adjacentes, causados pela Companhia Siderúrgica Nacional", explicou Munir.