Por Vinicius Barros
Na manhã de terça-feira (12), o anúncio iminente de uma greve dos rodoviários desencadeou uma série de eventos que afetaram diretamente a população local, colocando em evidência as tensões nas relações trabalhistas e a busca por melhorias salariais e benefícios para os trabalhadores do transporte coletivo. Liderado pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Cargas e Passageiros de Teresópolis e Guapimirim, José Maria Vieira da Motta, o embate entre sindicato e empresas revelou os desafios enfrentados pelos trabalhadores e a complexidade das negociações em um cenário de crise no sistema de transporte público.
O presidente do Sindicato, José Maria, explicou que a falta de resposta positiva das empresas às reivindicações salariais motivou a paralisação. Ao longo da semana, as negociações intermediadas pelo Sindicato não tiveram sucesso e, por fim, marcaram uma última reunião. Na segunda-feira (11), pela manhã, os moradores puderam ouvir um carro de som alertando que, se as negociações não fossem aceitas, a greve iria acontecer. Na manhã de terça-feira (12), com apoio de 100% dos motoristas da Dedo de Deus e 1ª de Março, a paralisação iniciou e não houve circulação de ônibus, exceto para o segundo distrito que levou passageiros até a rodoviária, onde voltou vazio para a garagem. A Prefeitura emitiu uma nota informando a situação e reforçando que as relações trabalhistas são de responsabilidade da empresa que opera o sistema.
Após intensas negociações, o sindicato conseguiu um acordo salarial com as empresas, onde foi aplaudido pelos motoristas, assim encerrando a greve. Os ônibus retomaram a operação gradativamente à tarde, atendendo à população.
"Acabamos de chegar a um acordo. Para nós, foi uma situação desafiadora, pois em todo o estado, o aumento foi de 7%, e a empresa ofereceu o mesmo percentual. Para nós, isso representa um salário de R$ 2.889,00 em março, mais um adicional de 10% para cobrar e dirigir, totalizando R$ 3.178,96. Além disso, a empresa propôs uma cesta básica de R$ 400, com um abono de R$ 100 para totalizar R$ 500, que será recebido em abril. A proposta inclui também uma reunião para a revisão da cesta básica em julho para R$ 550, conforme pleiteado pela categoria. Apesar de não ser o ideal, decidimos aceitar o acordo, mesmo não nos deixando completamente satisfeitos. Continuaremos buscando melhorias para nossa categoria", disse o presidente do Sindicato.
A Prefeitura de Teresópolis e a Viação Dedo de Deus emitiram uma nota informando que o acordo foi possível após uma conciliação estabelecida em um processo judicial firmado, e o art. 135 da Lei Orgânica do Município de Teresópolis, entre as viações, para atualização da tarifa de ônibus na cidade. A partir das 0h do próximo domingo, dia 17 de março, a tarifa de ônibus na cidade será reajustada de R$ 4,90 para R$ 5,30.
