Por: Wellington Daniel

Reunião do Comutran expõe problemas na fiscalização da CPTrans

Reunião do Comutran expõe problemas na fiscalização da CPTrans | Foto: Wellington Daniel

Por Wellington Daniel

O Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (Comutran) realizou na segunda-feira (13) a sua primeira reunião após o acidente com o micro-ônibus da viação Petro Ita, registrado no bairro Morin, na última semana. Além dos conselheiros, também estiveram presentes moradores do bairro. Na reunião, ficou clara a falta de medidas eficazes da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) para tirar das ruas os coletivos que não estejam em condições adequadas.

O presidente da CPTrans, Thiago Damaceno, foi questionado sobre o motivo que impediu a Companhia de tirar de circulação o ônibus envolvido no acidente. A própria CPTrans tinha informado no dia do ocorrido que o coletivo tinha irregularidades constatadas em vistorias de setembro e outubro. O ônibus que transportava 40 passageiros colidiu contra um muro durante uma viagem no bairro, quatro passageiros chegaram a ser levados para o hospital.

Os representantes da sociedade civil no Conselho apontaram que a Companhia possui um sistema de rastreamento por GPS e, por isso, poderia ter identificado que o coletivo estava circulando, mesmo sem autorização. Damaceno respondeu que a CPTrans não consegue impedir um carro de circular, apenas poderia multá-lo, o que foi feito. A Companhia é o órgão gestor e fiscalizador do sistema de transporte do município.

Em setembro, a fiscalização da CPTrans apontou problemas de amortecedores e pneus. O segundo, foi resolvido. E o primeiro, foi a causa da multa em outubro. As perícias iniciais apontam que o acidente foi causado por um problema em um cabo de ar, que é utilizado para a frenagem e o sistema de portas.

Tanto a CPTrans quanto o Setranspetro ressaltaram que há marcas de frenagem na via, o que demonstra que o freio foi acionado, mas não foi suficiente para segurar o veículo. Segundo a superintendente do Setranspetro, Carla Rivetti, a frenagem não foi suficiente pois a região era muito íngreme e o ônibus estava com muitos passageiros.

Os moradores e trabalhadores da região ainda trouxeram diversas reclamações sobre as condições do transporte público no Morin, alegando que a intervenção apenas em uma linha não é suficiente para resolver o problema. São diversos relatos de quebras, atrasos e até mesmo outras situações de problemas com freios. Um dos adolescentes que estava no ônibus ressaltou que as crianças envolvidas no acidente não se sentem mais seguras para utilizar o transporte.

Outra reclamação foi em relação a suspensão da linha 464 e a entrada de vans em sistema sobe e desce. Os moradores demonstraram preocupação com a capacidade do veículo, que não seria suficiente para atender a região. Também alegaram que, quando a van deixasse os passageiros na via principal do Morin, haveria dificuldade para conseguir um ônibus para o Centro, já que os coletivos andam lotados e registram diversas quebras.

A CPTrans explicou que a van vai atender a localidade, inicialmente, por 60 dias. A Petro Ita vai reforçar a operação da linha Lagoinha em conjunto com a ação da van. O micro-ônibus envolvido no acidente estava com cerca de 40 passageiros.

"Com a van, entendemos que conseguimos garantir a segurança maior para os usuários", disse Damaceno, ressaltando que a van é menos pesada que o ônibus e possui outro sistema de freio.

O Setranspetro disse que a Petro Ita se coloca à disposição dos moradores para recobrar a confiança e credibilidade do sistema. Disse que a empresa dará uma atenção especial e centralizada na região do Morin.

"Houve, de fato, muitas catástrofes que afetaram muito as empresas. Depois teve o incêndio, que até agora não consegue descobrir quem foi o responsável", disse a superintendente do sindicato. "Ninguém tem olhado para o sistema de transporte por décadas. Eu digo isso porque o mais prejudicado é a população".

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