Teresópolis sediou o 2º Fórum da Região Serrana de Desinstitucionalização, na última semana. Com o tema "Entre o morar e o cuidar: práticas de desinstitucionalização da atenção psicossocial', o evento foi destinado à troca de experiências e alinhamento de ações para o melhor atendimento das pessoas em vulnerabilidade psíquica e sua reinserção na sociedade. Participaram representantes de Teresópolis e dos municípios de Bom Jardim, Carmo, Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Itaocara, Nova Friburgo e Petrópolis.
"Fundamental o debate sobre as políticas públicas de saúde mental destinadas a reinserir na sociedade, com o acompanhamento da rede de atenção psicossocial, os pacientes que viveram por anos em manicômios. Teresópolis possui uma Residência Terapêutica para moradia de pessoas nessa situação e até o fim do ano ganhará mais três, com um total de 24 moradores", pontuou a subsecretária municipal de Atenção à Saúde, Michelli Pinto Nogueira, representando no evento a secretária de Saúde de Teresópolis, Dra. Clarissa Rippel Bolson Guita.
Para o coordenador de Saúde Mental de Teresópolis, a desinstitucionalização é um movimento de reparação histórica para este segmento da população. "O ideal é que essas pessoas tenham tratamento adequado em liberdade com o retorno familiar ou pela inserção no serviço residencial terapêutico, que são espaços de moradia para quem perdeu o vínculo com seus parentes por conta da longa permanência nas instituições", destacou Danillo Benitez, explicando que em Teresópolis esses pacientes têm atendimento no ambulatório de saúde mental, no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), no CAPSI (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil) e nas unidades de urgência e emergência.
De acordo com o coordenador de Atenção Psicossocial da Secretaria Estadual de Saúde, Daniel Elia, os dois últimos hospitais psiquiátricos conveniados ao SUS do estado do Rio de Janeiro são o Santa Mônica, em Petrópolis, e o Santa Lúcia, em Nova Friburgo, na Região Serrana. "Muito importante essa mobilização, em Teresópolis, para o avanço das políticas públicas de saúde mental na região, saindo desse modelo antigo e ultrapassado de internação para um comunitário, sempre com o amparo dos serviços de saúde mental. Que consigamos avançar na ampliação das residências terapêuticas e que a população compreenda a importância da construção de práticas de cuidado que permitam o tratamento dos pacientes em liberdade", concluiu.