Documentário sobre Racismo Ambiental será divulgado em Petrópolis
O filme, Como Sobreviver ao Racismo Ambiental, da baixada fluminense abriu o Fórum Rio Clima 2023
Racismo ambiental é um termo entrelaçado à falta de políticas públicas voltadas à população negra, indígena, latinas e as minorias, quando se trata de espaços na sociedade. Pois em sua maioria, esses grupos são afetados diretamente pela degradação ambiental, sendo expostos aos riscos ambientais nocivos à saúde, dos quais são atingidos por enchentes, poluição, entre outras situações causadas pela falta de infraestrutura, que deveria ser garantida pelo o estado.
O termo "racismo ambiental" surgiu nos Estados Unidos, através do ativista dos direitos civis Benjamin Franklin Chavis Junior. Em suas pesquisas, observou que as pessoas negras e pobres que viviam nas periferias do país sofriam constantemente com casos de intoxicação provocadas pelo contato com o lixo tóxico, além de ter uma maior ocorrência de desastres naturais e atividades que colocam em risco a saúde nessas regiões. Benjamin constatou que essas pessoas são levadas a viver em áreas menos valorizadas, onde os serviços públicos não chegam. No Brasil, esse pensamento é aceito e transpassa por áreas de injustiças sociais vividas pelos marginalizados.
Em meios a esses questionamentos ambientais, o Cine Pagu, o cineclube e escola de cinema itinerante que atua em Petrópolis, realizará nesta sexta-feira (19), uma sessão de cine debate gratuita à população, onde será apresentado o documentário "Como sobreviver ao Racismo Ambiental". Produzido pela Visão Coop (laboratório que organiza redes de cooperação e trabalha tecnologias sociais, digitais e verdes na Baixada Fluminense). O evento faz parte da programação presencial do curso "Racismo Ambiental e Crise Climática: Compreendendo e Enfrentando as Consequências das Chuvas de 2022", realizado pelo o Instinto Social "Todos Juntos Ninguém Sozinho".
O filme "Como sobreviver ao Racismo Ambiental" foi dirigido por Fabrícia Sterce e apresentado por Juliana Coutinho. A produção abriu o Fórum Clima Rio 2023. Nele, o grupo fala sobre o desequilíbrio ecológico na Baixada Fluminense e as consequências na vida dos moradores das favelas e periferias do território. Dividido em quatro capítulos temáticos: água, fogo, ar e terra. A partir dos atravessamentos causados pela realidade dos cenários gravados pelo documentário, se irá criar uma reflexão e um debate sobre o impacto do Racismo Ambiental e da Desigualdade Racial na cidade de Petrópolis.
A mostra cinematográfica vai acontecer no Centro de Cultura Raul de Leoni, os interessados podem se inscrever nas redes sociais do Cine Pagu. Além da programação, terá uma confraternização no local para todos que se disporem a ir. Os organizadores destacam a importância de se falar do assunto, para assim criar uma movimentação na sociedade.
*Estagiária
